MPF pede suspensão do Sisu até que sejam solucionadas falhas do Enem

PFDC também pediu ao Inep que informe, em até 24 horas, os motivos que geraram as inconsistências na correção

Foto: Alina Souza/CP

A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PDFC), órgão vinculado ao Ministério Público Federal (MPF), encaminhou nesta segunda-feira ao ministro da Educação, Abraham Weintraub, ofício no qual solicita que a abertura das inscrições para o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) seja suspensa até que sejam solucionadas as falhas ocorridas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

O pedido busca evitar que as inconsistências na correção da segunda prova, já admitidas pelo MEC, venham a prejudicar milhares de estudantes que participarão do Sisu, cujas inscrições foram anunciadas pela pasta para terem início amanhã. O Sisu utiliza resultados do Exame Nacional do Ensino Médio para o acesso dos estudantes a instituições públicas de ensino superior de todo país.

Além da solicitação ao MEC, a PFDC também pediu ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) que informe, em até 24 horas, os motivos que geraram as inconsistências na correção das provas do Enem.

As notas individuais das 3.935.237 pessoas que realizaram o Exame Nacional do Ensino Médio 2019 foram anunciadas pelo Inep na última sexta-feira. No sábado, começaram a surgir relatos de estudantes questionando os resultados disponibilizados pelo site do Instituto.

Com o volume de queixas, o Ministério da Educação admitiu falha em parte das provas corrigidas e anunciou prazo até as 10h desta segunda-feira para comunicar à pasta problemas na correção do exame.

Inep garante que já resolveu problema

Já o Inep informou que os erros de correção da prova foram revistos e que as notas revisadas podem ser consultadas na página do candidato.

O presidente do Inep, Alexandre Lopes, falou, no início da noite, em entrevista coletiva, para divulgar os resultados do trabalho realizado pela força-tarefa criada para resolver o problema. De acordo com Lopes, 5.974 participantes tiveram notas com inconsistências – o número representa 0,15% do total de participantes (3,9 milhões).

Lopes informou que a gráfica responsável pela prova deve prestar esclarecimentos sobre a falha. A equipe técnica do Inep dentificou contradições na associação entre o participante e a cor da prova. Dessa forma, o gabarito usado para a correção não era da cor da prova feita pelo aluno, o que provocou o erro.

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