Rodoviários de Porto Alegre fazem assembleia para tratar do dissídio 2020

Encontro reuniu dezenas de trabalhadores na Cidade Baixa. "Carro-chefe é a manutenção dos cobradores", disse presidente da entidade

Foto: Ricardo Giusti/CP

O Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte de Porto Alegre (Stetpoa) realizou, na noite desta quinta-feira, a primeira assembleia geral da categoria para tratar do dissídio de 2020. De acordo com o presidente da entidade, Adair da Silva, as principais reivindicações dos rodoviários incluem a manutenção dos cobradores de forma obrigatória em todos os horários; um aumento salarial de 7% (com possíveis 3% de ganho real); reajuste do vale alimentação de R$ 27,50 para R$ 30,50 e retirada da cláusula das quatro horas de intervalo.

“O carro chefe é a manutenção dos cobradores. Não assinamos o dissídio se não tivermos essa garantia”, enfatizou. Segundo ele, também há uma complicação com o plano de saúde dos trabalhadores. “Não aceitamos a cobrança de coparticipação nas consultas. Isso teoricamente já está resolvido, mas precisamos também ter a garantia de que não vai haver a cobrança”, ressaltou.

A primeira assembleia geral serviu para a direção do Stetpoa apresentar todas as propostas à categoria. O encontro reuniu dezenas de trabalhadores das empresas de transporte da Capital em frente à sede do sindicato, localizada na rua Venâncio Aires, bairro Cidade Baixa. Os rodoviários acompanharam a assembleia na rua, em frente ao prédio. Duas faixas da Venâncio Aires chegaram a ser bloqueadas em meio às discussões.

As propostas do Stetpoa foram definidas em reunião horas antes da assembleia geral. Após a apresentação aos rodoviários, agora o sindicato encaminha a lista para a patronal – o Sindicato das Empresas de Ônibus de Porto Alegre. O advogado do Seopa, Alceu Machado, informou que assim que o documento chegar, uma reunião para negociação deve ser marcada.

“Vamos trabalhar para tentar acertar o quanto antes. A nossa expectativa é ter o dissídio assinado antes do dia 1º de fevereiro, que é a data-base”, explicou. Segundo ele, a patronal não deve conceder aumento superior à inflação. Na negociação o reajuste sugerido deve ser de 4,5% a 5%, inferior à proposta da categoria. “Sabemos as dificuldades que as empresas estão e eles também sabem. Precisamos da negociação para ter o menor impacto possível”, disse.