Polícia atesta terceira morte atribuída a consumo de cerveja contaminada em MG

Vítima tinha 89 anos e vivia em BH

Foto: Arquivo/Agência Brasil

A Polícia Civil de Minas Gerais confirmou, hoje, a terceira morte associada à síndrome nefroneural atribuída ao consumo da cerveja pilsen Belorizontina, da Backer. Segundo a corporação, trata-se de um homem de 89 anos, morador da capital mineira. Ele morreu, nessa madrugada, em uma das unidades da rede de saúde Mater Dei, a mesma onde faleceu, ontem, a segunda vítima da síndrome – um homem de 77 anos, enterrado em Contagem, nessa manhã.

O corpo do idoso vai ser submetido a mais exames para auxiliar as autoridades a tentarem estabelecer a causa da morte. O laudo deve ficar pronto em até 30 dias.

A suspeita de uma quarta morte causada pela ingestão da cerveja ainda não é confirmada nem pela Polícia Civil, nem pela Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais. Trata-se de uma moradora de 66 anos, da cidade de Pompéu, a cerca de 170 quilômetros de Belo Horizonte. De acordo com a Secretaria de Saúde do município, a mulher morreu no dia 28 de dezembro.

A secretaria informou, ainda, que a mulher esteve em Belo Horizonte entre os dias 15 e 21 de dezembro e, de acordo com parentes, consumiu a cerveja Belorizontina nesse período.

Mortes

A primeira das três mortes por intoxicação já reconhecidas pela Polícia Civil se registrou na noite de 7 de janeiro, em Juiz de Fora. Exames feitos na vítima antes de morrer confirmaram a presença de dietilenoglicol no sangue. O homem, de 55 anos, teve o corpo sepultado no município mineiro de Ubá.

Todos os pacientes internados devido à síndrome nefroneural apresentaram insuficiência renal aguda de evolução rápida, ou seja, que levou a pessoa a ser internada em até 72 horas após o surgimento dos primeiros sintomas, e alterações neurológicas centrais e periféricas, que podem ter provocado paralisia facial, embaçamento ou perda da visão, alteração sensório e paralisia.

Peritos já encontraram vestígios de uma substância tóxica usada em sistemas de refrigeração devido às propriedades anticongelantes, o dietilenoglicol, no sangue de vários pacientes, em vasilhames lacrados de três lotes da cerveja Belorizontina e na linha de produção da fábrica da Backer, em Belo Horizonte. A cervejaria, no entanto, garante que não emprega a substância tóxica na preparação da bebida.

Até ontem, a Polícia Civil já tinha recebido notificação de 18 casos suspeitos de intoxicação e, e quatro deles, confirmado a presença dietilenoglicol. Preventivamente, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento determinou que a Cervejaria Backer retire de circulação todas as cervejas e chopes produzidos desde outubro do ano passado até o dia 13. A suspensão da venda se mantém até que fique assegurado que os outros produtos da Backer não sofreram contaminação. “A medida é para preservar a saúde dos consumidores”, informou o ministério em nota.