Confirmada segunda morte associada ao consumo de cerveja em MG

Terceiro caso é investigado

Foto: Divulgação/Backer Cervejaria

Mais uma vítima da síndrome nefroneural, que vem sendo associada ao consumo da cerveja pilsen Belorizontina, da Backer, morreu devido a complicações decorrentes do quadro de insuficiência renal e alterações neurológicas causado pela intoxicação por uma substância encontrada em amostras da bebida, o dietilenoglicol.

A vítima é um homem, cujo nome e idade não foram divulgados pelas autoridades de saúde. Ele permanecia internado em uma das unidades hospitalares da rede Mater Dei, em Belo Horizonte. No Instituto Médico Legal (IML), o corpo vai ser submetido a novos exames a fim de tentar estabelecer a causa da morte. A Polícia Civil trata o caso como a segunda morte oficialmente associada aos supostos casos de intoxicação por consumo da cerveja da cervejaria mineira Backer.

A suspeita de um terceiro caso fatal envolvendo a morte de uma moradora da cidade de Pompéu, a cerca de 170 quilômetros de Belo Horizonte, ainda não é confirmada nem pela Polícia Civil, nem pela Secretaria de Saúde de Minas Gerais.

Segundo a Secretaria de Saúde de Pompéu, a mulher morreu no dia 28 de dezembro. A secretaria informou que a mulher esteve em Belo Horizonte entre os dias 15 e 21 de dezembro e, de acordo com parentes, tomou a cerveja Belorizontina nesse período.

Já a primeira morte confirmada é de 7 de janeiro, em Juiz de Fora. Exames feitos antes de a vítima morrer confirmaram a presença de dietilenoglicol no sangue. O paciente, um homem, cujo nome e idade também não foram oficialmente confirmados, teve o corpo sepultado no município mineiro de Ubá.

Vestígios do dietilenoglicol já foram encontrados no sangue de vários pacientes, em vasilhames lacrados de três lotes da cerveja Belorizontina e na linha de produção da fábrica da Backer em Belo Horizonte. A cervejaria, no entanto, garante que não emprega a substância tóxica na preparação da bebida. O dietilenoglicol costuma ser utilizado em sistemas de refrigeração devido às propriedades anticongelantes.

Em nota divulgada nesta quarta-feira para comunicar a morte de mais um paciente internado, a Polícia Civil informou que já recebeu notificação de 18 casos suspeitos de intoxicação – e que, em quatro deles, ficou atestada a intoxicação por dietilenoglicol. A Secretaria de Saúde do estado confirmou 17 internações.

Todos os pacientes internados por causa da síndrome nefroneural tiveram sintomas semelhantes – insuficiência renal aguda de evolução rápida (ou seja, que levou a pessoa a ser internada em até 72 horas após o surgimento dos primeiros sintomas) e alterações neurológicas centrais e periféricas que podem ter provocado paralisia facial, embaçamento ou perda da visão, alteração sensório, paralisia, entre outros sintomas.