A CEO (chief executive officer, na sigla em inglês, ou diretora executiva) da cervejaria Backer, Paula Lebbos, pediu hoje que ninguém consuma a cerveja Belorizontina, que, no Espírito Santo, recebe o rótulo de Capixaba, até que se esclareçam os fatos sobre a contaminação da bebida. Exames laboratoriais realizados pela Polícia Civil de Minas Gerais identificaram a presença da substância dietilenoglicol em amostras da Belorizontina, produzida pela Backer.
Pelo menos uma pessoa morreu e outras foram internadas depois de tomar a cerveja. A morte de uma segunda pessoa, ocorrida em 28 de dezembro, está sendo investigada como uma possível intoxicação pelo consumo da Belorizontina. “O que preciso agora é que não bebam Belorizontina, quaisquer que sejam os lotes, por favor. Quero que meu cliente seja protegido. Não sei o que está acontecendo”, disse Paula, em entrevista coletiva na manhã desta terça-feira, em Belo Horizonte.
A diretora executiva da Backer afirmou que a substância dietilenoglicol, suposta responsável pelo envenenamento, não é usada no processo de fabricação das cervejas da Backer. Em seguida, disse que aguarda os resultados das análises do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e da Polícia Civil.
Ontem, o ministério determinou que a Backer retire de circulação todas as cervejas e chopes produzidos desde outubro do ano passado até agora. A cervejaria está interditada, por ordem do ministério. “A Backer quer facilitar para que [o problema] seja solucionado o mais breve possível, para que a nossa fábrica seja liberada, até porque os funcionários precisam trabalhar, e minha família também depende dessa empresa”, disse a executiva.
A Backer fabrica cervejas em 70 tanques de 18 mil litros cada. A Belorizontina é produzida em apenas um desses tanques, o de número 10. Questionada pelos jornalistas, Lebbos disse que vai procurar as vítimas e as famílias para “oferecer qualquer tipo de ajuda que elas precisarem”. Ela afirmou que não está preocupada com o prejuízo financeiro, e sim com o mercado de cervejas artesanais e com os clientes.
“O que nos preocupa muito é o prejuízo em relação à nossa marca e ao mercado cervejeiro artesanal. Eu tenho certeza [de] que o que diz respeito ao [aspecto] financeiro será superado. O que a gente não quer é que clientes que tomam a nossa cerveja sejam prejudicados”, acrescentou.