O maior troféu que eu já recebi!

Então, vamos lá…
 
É textão!
 
Vou contar uma história real!
 
Dezembro começou e eu estava cansado. Cansaço acumulado do ano. Embora 2019 tenha sido um ano espetacular profissionalmente, minha mente estava cansada, meu emocional estava cansado. Todos nós temos problemas e na minha vida não é e não foi diferente.
 
Alguns descasos de futuros clientes, falta de retornos de alguns contatos, algumas decepções dentro do contexto profissional, questões de saúde de pessoas que eu amo, eu mesmo tomando alguns sustos, terceiros que sempre acabam perturbando de alguma forma, enfim, eu estava no dia 3 de dezembro em um dia atípico ao que geralmente consigo ser…
 
Talvez aquele dia eu estivesse analisando se realmente vale a pena toda a correria e desgaste. Talvez eu estivesse questionando se vale a pena seguir com o sorriso no rosto sempre (ensinamento da minha mãe…) apesar dos pesares…
 
Eis que recebo um áudio pelo WhatsApp do meu amigo Ilson Wilhelm, veterinário e proprietário da Clínica Veterinária 4 Patas.
 
Neste áudio ele me contou uma situação: Uma cliente da clínica, uma senhora chamada M.R., funcionária da FASE aqui em Porto Alegre, havia o procurado para saber se ele conhecia o Fabiano Brasil. Obviamente que ele disse que sim. Ela chegou até ele porque viu que ele, Ilson, foi um dos patrocinadores do livro Fábrica de Sonhos, meu segundo livro. E então veio um dos fatos mais importantes da minha carreira e da minha vida: Ela contou que um exemplar do livro estava na biblioteca da Case POA 1 da Fase, e que um dos menores internos o escolheu para ler. Depois de consumir o livro, o adolescente voltou empolgadíssimo e indicando para outros internos que também lessem o livro.
 
O menino virou fã do tal de Fabiano e só falava nele. Todos os dias. Despertando a atenção da funcionária que resolveu também ler o livro pra saber que conteúdo esse encantara os jovens. Segundo ela, pela primeira vez, um dos adolescentes indicava para outros a leitura. Nos raros momentos de internet livre, os meninos pesquisavam e queriam saber mais somente sobre uma pessoa: Esse tal de Fabiano.
 
Sendo assim, os meninos chegaram até a funcionária e fizeram um pedido no final de 2019: Conhecer o ‘escritor’ Fabiano Brasil.
 
A partir daí chegamos até o início do texto com a Sra. M. R. pedindo um contato comigo.
 
Imediatamente ao tomar conhecimento disso eu autorizei que meu amigo Alemão, como chamamos o Ilson, passasse meu contato para a funcionária da FASE.
 
Uma semana depois ela me telefonou e os meninos conversaram comigo, após autorização da SUSEPE, pelo telefone, e me convidaram para ir conhecê-los na Case POA 1 da Fase na Vila Cruzeiro do Sul, em Porto Alegre.
 
Marcamos nosso encontro para o dia 9 de janeiro de 2020.
 
E ontem, lá estive acompanhado do meu assessor e produtor, Gabriel Alves
 
Fomos recebidos pelo 1º menino que leu o livro, o P. que nos encaminhou para sala da diretora P. que nos agradeceram pela presença. Depois de alguns minutos ali, alguém avisou: Está tudo pronto! Vamos?
 
Confesso que fiquei pensando… Eu estou indo para um bate-papo, palestra, o que poderia estar ‘pronto’ antes de entrar no auditório onde aconteceria o evento???
 
Conduzidos ao local, ao entrar na porta me deparo com pouco mais de 30 jovens sentados em mesas de bar, afim de caracterizar uma ‘Conversa de Bar’, programa que apresento há 11 anos na televisão. Em um primeiro momento achei que era um coincidência, mas não, era uma homenagem mesmo. Nas paredes a descrição ‘Boteco da Gurizada’, e patas de cães retratadas, afim de agradecer ao Ilson por ter intermediado o contato comigo.
 
Afora isso, a música que tocava alto no salão era uma das principais do primeiro curso de inteligência emocional que eu fiz, aliás, todas que sucederam-se, também eram músicas que significam muito pra mim. Então, quando achei que tudo ainda era algo casual, um jovem chamado F., entra com uma gaita piano idêntica a quem meu pai, Olavo Brasil, falecido em 1992, tocava. O F., recitou um verso e ‘floreou’ a gaita com uma canção que arrancou as lágrimas.
 
Aplausos.
 
E fui dar o meu boa tarde à eles.
 
Não consegui. As lágrimas jorravam pelo meu rosto ao me deparar com uma homenagem que jamais eu havia recebido na minha vida.
 
Aqueles 32 jovens leram o Fábrica de Sonhos e o tiraram como exemplo. Querem seguir aquilo e aquele que escreveu o livro, eu…
 
O que passei na vida, os degraus, as dificuldades até encontrar as vitórias…
 
Os meninos corrigiam coisas da minha vida que nem eu mais lembrava.
 
Eles pesquisaram tudo o que eu vivi e fizeram uma série de perguntas, das quais, todas eu respondi…
 
Quase duas horas depois, aqueles brilhos nos olhos, a admiração que eu sentia vinda de cada um era sentida em uma energia incrível, mas eu precisava ir embora…
 
Ao concluir aquela tarde mágica, eu inverti os papéis e eu quem agradeci à eles por terem me ajudado lá naquele dia 3 de dezembro, quando cansado, pensava se estava valendo a pena todo trabalho, dedicação com toda a verdade e amor no coração, e a resposta veio com este presente que recebi.
 
32 meninos que querem uma vida melhor. 32 meninos que inspiram-se em mim, para sair de lá e buscar a realização dos seus sonhos…
 
Eles me agradeceram por isso. Por mostrar que é possível…
 
Eu disse que o ‘lá fora’, não é lá, é ‘ali’ fora, e que estar aqui só depende deles próprios. Mais do que isso, fizemos um pacto: De nos reunirmos todos de novo, mas aqui deste lado do muro.
 
Todos eles me abraçaram. Um a um. Fortes e afetuosos abraços. Me senti muito amado. Respeitado. De fato, homenageado.
 
Ao final, dezenas de autógrafos. Fotos restritas, por óbvio. Chamava a atenção cópias e mais cópias encadernadas do meu livro, dedicatórias para as mães. Um deles disse: Quero que minha mãe saiba o que mudou a minha vida!!!
 
Mais uma música na gaita, mais alguns versos feitos especialmente pra mim, e eu tive que ir embora, tinha gravação na Rádio Guaíba, e me despedi com os olhos ainda marejados, como estão agora escrevendo este texto…
 
Sai de lá pensando… Venci na vida. Fiz minha parte.
 
Sempre quis fazer a diferença na vida das pessoas.
 
Acho que estou conseguindo…
 
Acredito que minha missão está no caminho certo. Dentro da minha ideia de dar orgulho a minha mãe, meu filho, meu pai, que está vendo tudo isso de algum lugar, minha família, as coisas estão indo muito bem…
 
Sempre lembro daquela frase: As coisas mais importantes da vida, não são coisas.
 
O mais importante da vida é sentir e fazer sentir.
 
As pessoas jamais vão esquecer como você as fez sentir…
 
A última pergunta que me fizeram na Case POA 1 da Fase foi a seguinte: Você está realizado?
 
A resposta foi sim e não.
 
Sim, por aquele momento. Não porque ainda tem muita coisa por fazer e muitos sonhos ainda por inspirar…
 
Muito obrigado, Case POA 1 da FASE!!! Foi uma honra!
 
Esse foi o maior troféu que eu poderia ter recebido na vida.
 
Estou em paz!
 
FB
 
*Na foto, a reprodução dos versos feitos pelos meninos para homenagear-me.