A greve dos professores da rede pública estadual do Rio Grande do Sul não tem data para acabar. Isso porque a reunião entre o governo do Estado e o CPERS terminou sem acordo entre as partes. O encontro foi realizado no final da manhã desta terça-feira, na sede da Secretaria da Educação. A pasta irá levar as demandas da categoria para o governador Eduardo Leite. Do lado de fora, professores pressionavam pelo fim do corte de ponto, principal impasse nas negociações.
De acordo com a presidente do CPERS, o governo reafirmou ter o amparo legal para não pagar os dias parados. Helenir Schürer afirmou que a categoria está disposta a aguardar em greve até a definição jurídica sobre o tema. “Eu acho que isso não é interesse nem nosso, nem do governo”, sustentou. “A Constituição é bem clara, o salário [o governo] tem que pagar até o último dia útil do mês trabalhado; se vamos falar de ilegalidade, vamos falar de todas as ilegalidades”, completou Schürer.
Manifestantes já se concentram na frente da Secretaria da Educação, onde governo do Estado e CPERS se reúnem para debater retomada de aulas na rede pública. @RdGuaibaOficial pic.twitter.com/AVC7ajv888
— Gustavo Chagas (@gmchagas) January 7, 2020
Posição do governo
Do lado do Executivo, o secretário da Educação prometeu responder à categoria até esta quarta-feira. Faisal Karam justificou a não apresentação de uma contraproposta aos professores. “Nós temos que pensar nos nossos alunos”, afirmou. “Nós temos que definir uma posição muito clara, da própria secretaria, junto com o governo”, completou o secretário.
Karam ainda criticou o Tribunal de Contas, que cobrou um calendário para a retomada das aulas. De acordo com o titular da pasta da Educação, o órgão já recebeu o projeto de recuperação dos dias parados. O documento deve ser novamente enviado ao TCE. “Não caberia ao TCE pedir que o Executivo resolvesse esse impasse”, observou.
A greve dos professores completou 50 dias nesta terça-feira. A categoria protesta contra o pacote de reforma administrativa, proposto pelo governo Eduardo Leite. Os projetos tratam da alteração do plano de carreira do magistério e da previdência de servidores públicos.