A Polícia Federal em Belo Horizonte vai pedir à Justiça mais 90 dias para investigar a existência de um suposto mandante do atentado a faca contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
O objetivo da prorrogação é mais uma tentativa da PF de fazer perícia no celular do advogado Zanone de Oliveira, defensor do servente de pedreiro Adélio Bispo, autor confesso da facada.
Uma decisão liminar do Tribunal Regional Federal da Primeira Região (TRF1) impediu a realização da análise no aparelho sob a alegação de violação do sigilo profissional. A liminar partiu da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Com a decisão, a investigação segue paralisada.
Em outubro do ano passado, o TRF-1 decidiu que cabe ao Supremo Tribunal Federal (STF) julgar se o celular do advogado de Adélio pode ou não ser periciado pela PF.
O Ministério Público Federal (MPF) recorreu ao TRF argumentando que qualquer recurso relacionado a crimes contra a segurança nacional deve ser julgado diretamente pelo STF, sem passar por instâncias inferiores.
Investigações
Até o momento, a PF não encontrou indício de envolvimento de terceiros na tentativa de matar Bolsonaro durante um evento de campanha em Juiz de Fora, a 270 km de Belo Horizonte, em setembro de 2018.
De acordo com o delegado Rodrigo Morais Fernandes, a tendência é que a ampliação do prazo seja analisada pelo Supremo, por se tratar de um crime contra a segurança nacional, conforme já definiu a maioria dos desembargadores do TRF-1
Em um outro inquérito, a PF concluiu que Adélio agiu sozinho no dia do atentado. Em março do ano passado, a Justiça também concluiu que o suspeito sofre de problema mental e é ininputável.
A reportagem do R7 procurou Zanone de Oliveira para comentar as investigações e aguarda retorno.