III Abertura Oficial da Colheita do Tabaco reúne 300 pessoas em Arroio do Tigre

Foto: Junio Nunes

Presente em 557 municípios da Região Sul do Brasil e principal fonte de renda para quase 150 mil produtores, o tabaco foi destaque nesta sexta-feira, 13 de dezembro, quando foi aberta oficialmente a colheita em Arroio do Tigre, na região Centro-Serra do Rio Grande do Sul. Autoridades, representantes de entidades e empresas ligadas ao agronegócio, produtores de tabaco e imprensa acompanharam o evento realizado na propriedade de Jeferson Stertz, produtor de burley de Linha Paleta.

A festividade é uma promoção do governo do Estado, por meio da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (SEAPDR) e com apoio do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco) e da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra). No Rio Grande do Sul, o produto é cultivado por 75 mil produtores em 227 municípios gaúchos. Na safra 2018/2019 foram produzidas 312 mil toneladas em 142 mil hectares, gerando R$ 2,9 bilhões de receita aos produtores do Estado.

“O tabaco representa mais de 10% das exportações gaúchas e é, historicamente, o segundo produto mais embarcado, atrás somente da soja. Hoje é dia de resgatar o orgulho dos produtores de tabaco que com seu trabalho e dedicação mantêm o Brasil em destaque no cenário mundial, ocupando as posições de 2º maior produtor mundial e, desde 1993, de maior exportador de tabaco do mundo”, comentou Iro Schünke, presidente do SindiTabaco.

O presidente da Afubra, Benício Albano Werner, presenteou os anfitriões com um kit produtividade, composto de insumos para o plantio de um hectare de milho. Ele falou sobre as dificuldades enfrentadas pelos produtores e os desafios que o setor deve enfrentar em 2020, com a nona edição da Conferência das Partes da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco. “Precisamos fazer valer a persistência em defender os produtores de tabaco”, comentou Werner.

Segundo Ivan Bonetti, diretor de Políticas Agrícolas e de Desenvolvimento Rural da Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Sul, o tabaco tem uma grande relevância para a balança comercial gaúcha, ocupando o quinto lugar na lista de principais produtos do Estado gaúcho. “Cabe destacar ainda que levantamento realizado pela Emater apontou que o tabaco é a cultura que mais mantem o produtor na propriedade e que, consequentemente, mais evita o êxodo rural”, destacou Bonetti que representou o governo do Estado na solenidade.

Esta é a terceira edição do evento. Em 2017, a abertura da colheita foi realizada em Venâncio Aires, na região central do RS; em 2018, Canguçu, no Sul do Estado, sediou o evento que agora vai para a região Serra. Venâncio Aires e Canguçu têm grande tradição no cultivo de tabaco do tipo Virgínia; já Arroio do Tigre, ocupa a 15ª posição entre os municípios brasileiros produtores de tabaco e a 9ª colocação no Rio Grande do Sul, destacando-se no cultivo da variedade Burley.

“Sabemos que é de sol a sol que os produtores estão produzindo riqueza para nosso Estado e é aqui, no município, que isso acontece. Sabemos da importância do tabaco e o sacrifício que é defender essa tão combatida cadeia produtiva. Mas estamos em um novo momento, de valorização do agronegócio, e estamos confiantes”, falou o prefeito de Arroio do Tigre, Marciano Ravanello. Tendo o tabaco como principal cultura agrícola, o município tem 2.509 produtores que produziram 9.511 toneladas de tabaco na safra 2018/2019, cultivando 4.504 hectares.

Participaram ainda do evento o senador Luiz Carlos Heinzi, os deputados federais Heitor Schuch e Marcelo Moraes, o vice-presidente da Associação dos Municípios Produtores de Tabaco – AmproTabaco, e prefeito de São Lourenço do Sul, Rudner Hartei; os deputados estaduais Adolfo Brito e Kelly Moraes.

PRIMEIRA COLHEITA – A “primeira” colheita foi do tipo Burley. Os anfitriões do evento, Jeferson Stertz (39 anos) e Simone Catieli Chaves Stertz (33) – pais de Erick, de 11 anos, e Isadora, de 4 anos -, cultivam tabaco Burley há 15 safras. Nas lavouras da propriedade de 60 hectares também há cultivo de aveia e trigo no inverno e de milho (após colheita do tabaco) e soja no verão. Na safra 2019/2020, Jeferson e Simone plantaram 70 mil pés de tabaco Burley com seis galpões de cura, e a safra deverá render em torno de 9 toneladas (600 arrobas). Jeferson conta que produz tabaco por causa da rentabilidade e da assistência técnica dos orientadores. Conforme ele, outra vantagem é a possibilidade de plantar soja e ou milho após a colheita do tabaco.

DIVERSIFICAÇÃO – Durante o evento foi realizada a renovação do convênio do programa Milho, Feijão e Pastagens após a colheita do Tabaco, existente há mais de 30 anos. O programa incentiva a diversificação e a otimização no aproveitamento dos recursos das propriedades rurais. Além disso, tanto o plantio de pastagens quanto o de grãos após a colheita do tabaco, permitem que se alcance um melhor aproveitamento da terra. O programa é atualmente conduzido pelo SindiTabaco e suas empresas associadas em parceria com o governo do Estado do Rio Grande do Sul, por intermédio da Secretaria da Agricultura Pecuária e Desenvolvimento Rural, da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (FETAG), da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (FARSUL), da Associação dos Fumicultores do Brasil, (Afubra).

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