“Bolsonaro não foi descortês com Greta”, considera porta-voz da Presidência

Presidente chamou ativista de "pirralha" durante declaração nesta terça-feira

Foto: Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil

O porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros, comentou, nesta terça-feira, a declaração do presidente Jair Bolsonaro em que chamou a ativista Greta Thunberg, de 16 anos, de “pirralha”. Mais cedo, em fala no Palácio da Alvorada, Bolsonaro disse que era “impressionante a imprensa dar espaço para uma pirralha dessa aí”.

A declaração de Bolsonaro ocorreu após a ativista contra os efeitos das mudanças climáticas ter afirmado, no domingo, que os povos indígenas do Brasil vêm sendo assassinados por proteger as florestas do desmatamento.

Para o porta-voz, contudo, não se tratou de uma fala inadequada. “Sob ponto de vista gramatical, presidente não foi inadequado ou descortês com Greta”, disse. Ele justificou fazendo referência à definição gramatical da palavra. “Onde que o presidente foi inadequado ou descortês com Greta? Ela é uma pirralha: é uma pessoa de pequena estatura e é uma criança”, declarou.

“Qual o nome daquela menina lá, lá de fora? Tabata, como é? Greta. Já falou que índios estão morrendo porque estão defendendo a Amazônia. Impressionante a imprensa dar espaço para uma pirralha dessa aí, uma pirralha”, disse Bolsonaro em frente ao Palácio da Alvorada, onde costuma parar para tirar selfies com apoiadores e responder perguntas da imprensa.

Em um ato de ironia após a declaração do Chefe de Estado, Greta mudou a autodescrição no perfil oficial do Twitter para “pirralha”.

Bolsonaro afirmou ainda que “qualquer morte” preocupa o governo, e que é contra crimes ambientais em área de desmatamento ilegal. “Temos de cumprir a lei. Somos contra desmatamento ilegal, somos contra queimada ilegal. Tudo o que for contra a lei, somos contra”, afirmou Bolsonaro.

Ontem, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, autorizou, na segunda-feira, o uso da Força Nacional de Segurança Pública para atuar na Terra Indígena Cana Brava Guajajara, no Maranhão.

No início da tarde de sábado, dois índios da etnia guajajara morreram após atentado a bala às margens da BR-226, no município de Jenipapo dos Vieiras, no Maranhão, 500 quilômetros ao sul da capital São Luís.