Marchezan projeta que Capital possa investir R$ 5 bilhões na próxima década

Prefeito de Porto Alegre realizou balanço dos três anos de gestão em reunião-almoço na Associação Comercial de Porto Alegre

Foto: Guilherme Testa/CP

Para assinalar os três anos à frente da Prefeitura de Porto Alegre, o prefeito Nelson Marchezan Jr. demonstrou dados e detalhou como está sendo conduzida a recuperação financeira do Município. A apresentação ocorreu nesta segunda-feira, a convidados e jornalistas, no Salão Nobre da Associação Comercial de Porto Alegre, onde o prefeito comparou dados de quando assumiu a administração, citando um déficit de R$ 390 milhões em 2016, com a perspectiva de fechar 2020 com um saldo positivo de R$ 43 milhões. Na ocasião, Marchezan também anunciou que dentro desse novo cenário, após reformas estruturais, vai ser possível ter R$ 5 bilhões para investimentos até o ano de 2030. Ao final, ele convocou a sociedade que apoie essa conquista, que na avaliação dele, “é de todos, é nossa”.

Marchezan relatou que em 2017, ao assumir como prefeito, encontrou a Capital com 56 obras e 26 projetos parados, R$ 254 milhões em dívidas com fornecedores, déficit de serviços, 85% da malha viária sem a devida manutenção, restrição ao crédito e até com falta de credibilidade, o que dificultou a contratação de novos fornecedores. “No primeiro ano, via um cenário muito difícil. E nestes dois anos foi um grande desafio para a gente fazer as reformas e mudar o futuro”, avaliou.

Para o prefeito, havia risco de um passivo de R$ 506 milhões em caso de manutenção do quadro. “As reformas foram feitas no início do terceiro ano e a gente mudou o futuro da cidade. Acho que essa mudança de futuro não é uma conquista de um partido, de um governo, de uma ala. Acho que depois de 20 anos, Porto Alegre mudou seu futuro”, comemorou.

O prefeito ressaltou a atuação em duas frentes para superar o momento mais difícil no governo: gestão e reformas. Na gestão, mencionou medidas aplicadas, como renegociação de contratos com terceirizadas e racionalização da locação de veículos. Também elencou uma série de medidas de economia tomadas, como redução de horas-extras e materiais de consumo. Somada, segundo Marchezan, a economia em três anos somou R$ 680,6 milhões. O prefeito também lembrou de ações visando o aumento na arrecadação, algumas amargas para a população, como negativação e protesto de devedores em dívida ativa, além da atualização da planta genérica de valores do IPTU, um dos itens modificados por reformas aprovadas na Câmara de Vereadores. “Temos uma imensidão muito legal de perspectiva de futuro, de riqueza de alternativas pelas reformas feitas”, frisou.

Com a recuperação da adimplência, Marchezan ainda anunciou estarem garantidos R$ 936 milhões em financiamentos, algo que não acontecia desde 2015. O valor leva em conta investimento de R$ 200 milhões em requalificação das vias, R$ 345 milhões para o saneamento e R$ 82 milhões para segurança, por exemplo. Com o cenário de contas estáveis, o prefeito espera que a cidade se transforme e possa ser ainda mais convidativa a novos empreendimentos. “Se tu olha para uma cidade e ela está bem cuidada, com as contas em dias, isso facilita a conversa com uma empresa alemã, de indústria química, que pensa em vir pra cá. E um dos pontos fundamentais que a empresa apontou, foi a veracidade de como está a cidade e as perspectivas de futuro. Me parece que isso pode abrir grandes oportunidades”, concluiu.