SP: MP fala de “homicídios” em baile funk, mas não responsabiliza PM

Gianpaolo Smanio, procurador-geral de Justiça, também afirmou que não é possível apontar irregularidades na ação policial que invadiu o Baile da 17

Foto: Divulgação/MPSP

Em entrevista a jornalistas na tarde desta terça-feira, na sede do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), o procurador-geral de Justiça, Gianpaolo Smanio, disse que ainda não é possível responsabilizar os policiais militares pelas nove mortes ocorridas em meio a um baile funk em Paraisópolis, no fim de semana.

Ele designou a promotora do Tribunal do Júri Soraia Bicudo Simões para fazer uma apuração a respeito “dos homicídios que ocorreram em Paraisópolis”, na madrugada do último domingo, durante o Baile da Dz7.

Segundo Smanio, todas as imagens que circularam com agressões supostamente praticadas no mesmo evento que resultou na morte de nove jovens, com idades entre 14 e 23 anos, serão apuradas para identificar hora e local do registro.

Apesar de a ação ter sido iniciada em uma suposta perseguição de policiais militares da Ronda Ostensiva com Apoio Motocicletas (Rocam) a suspeitos que, segundo os agentes, fugiram para o meio do baile, Gianpaolo disse que ainda não dá para apontar irregularidades na ação policial. Mesmo que essa versão se confirme, a tática contraria o que o comandante-geral da PM havia dito no ano passado — que precisa de planejamento especial da PM para entrar no local.

“Nós sempre lamentamos as mortes”, disse Smanio, que ainda afirmou que, se houve mortes, significa que também houve algo mal feito. Mesmo assim, destacou que ainda não é possível responsabilizar os policiais militares.

O procurador-geral ainda disse que é preciso “encontrar caminhos para que as pessoas que querem diversão se divirtam, as que estão em volta sejam respeitadas, e os criminosos combatidos”.

Para isso, Gianpaolo afirmou que se reuniu com moradores da região e políticos para selar a criação de um fórum para apontar alternativas e procedimentos em ações durante bailes funk.