PSL suspende Eduardo Bolsonaro por um ano e pune outros 17 parlamentares

Punidos já anunciaram a intenção de migrar para o Aliança pelo Brasil, fundado pelo presidente no mês passado

Foto: Cleia Viana / Câmara dos Deputados

O PSL confirmou, nesta terça-feira, a punição ao deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e outros 17 parlamentares que tentaram afastar o presidente do partido, Luciano Bivar (PE), do comando da sigla. O filho do presidente pegou a maior punição e vai ficar um ano sem exercer atividades partidárias, informou o jornal O Estado de S.Paulo. Na bancada gaúcha, Bibo Nunes também recebeu punição de 12 meses, e Sanderson, de 10 meses.

Eduardo Bolsonaro está em missão oficial da Câmara no Oriente Médio e ainda precisa ser comunicado oficialmente da decisão. Na prática, o filho do presidente vai perder a liderança do PSL na Casa e todas as cadeiras que ocupa nas comissões temáticas, como na CPI das Fake News, onde vem atuando como uma espécie de advogado de defesa do presidente Jair Bolsonaro.

O parlamentar só mantém o comando da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (Creden), até o fim do ano, por ter sido eleito presidente. Pelo regimento da Casa, ele fica imune, nesse caso, a alterações feitas pelo partido. Em 2020, ele fica impedido de disputar cadeiras nos colegiados temáticos da Câmara.

Além de Eduardo, outros 17 deputados que assinaram o manifesto contra Bivar receberam punição. As penas vão de advertência até suspensão das atividades partidárias por 12 meses e foram recomendadas pela Executiva Nacional da legenda na semana passada. Nesta terça, o diretório homologou as punições.

A suspensão de Eduardo e de aliados é uma derrota para a ala ligada ao presidente Jair Bolsonaro, que queria a expulsão para conseguir sair do partido sem perder o mandato.

Os punidos já anunciaram a intenção de migrar os mandatos para o Aliança pelo Brasil, partido fundado pelo presidente no mês passado. A nova legenda, porém, ainda precisa ser reconhecida pelo Tribunal Superior Eleitoral.

A debandada do grupo político de Bolsonaro do PSL ocorre após divergências com o presidente da sigla, deputado Luciano Bivar (PE). O PSL deixou de ser nanico após eleger 52 deputados no ano passado – deve receber algo próximo de R$ 1 bilhão em recursos públicos até 2022. A intenção do grupo do presidente era afastar Bivar para poder dar as cartas na distribuição do dinheiro. Mas a manobra não deu certo e obrigou Bolsonaro a sair da legenda.

Veja as punições previstas para cada deputado:

– Bibo Nunes (PSL-RS): 12 meses

– Alê Silva (PSL-MG): 12 meses

– Bia Kicis (PSL-DF): 6 meses

– Carla Zambelli (PSL-SP) : 6 meses

– Carlos Jordy (PSL-RJ): 7 meses

– Daniel Silveira (PSL-RJ): 12 meses

– Eduardo Bolsonaro (PSL-SP): 12 meses

– General Girão (PSL-RN): 3 meses

– Filipe Barros (PSL-PR): 6 meses

– Junio Amaral (PSL-MG): 3 meses

– Luiz Philippe de Órleans e Bragança (PSL-SP): 3 meses

– Márcio Labre (PSL-RJ): 6 meses

– Sanderson (PSL-RS): 10 meses

– Vitor Hugo (PSL-GO): 7 meses

A Executiva Nacional também indicou advertência para outros quatro parlamentares:

– Aline Sleutjes (PSL-PR)

– Chris Tonietto (PSL-SC)

– Hélio Lopes (PSL-RJ)

– Coronel Armando (PSL-SC)