Greve da fiscalização agropecuária provoca redução de 32% nos abates no RS

Paralisação da emissão de Guias de Trânsito Animal impacta diretamente os frigoríficos gaúchos

Foto: Héber Eduardo Hein / Inspetoria Defesa Agropecuária de Selbach

Em uma semana de greve da fiscalização agropecuária, já é possível perceber o impacto nos frigoríficos gaúchos devido à paralisação da emissão de Guias de Trânsito Animal (GTAs) – documento necessário para o transporte de animais para o abate. Levantamento da Associação dos Fiscais Agropecuários do Rio Grande do Sul (Afagro) mostra que houve redução de 32,69% no número de bovinos enviados para o abate. No que se refere aos ovinos, a queda chega a 36,22%.

Os números referem-se aos cinco primeiros dias de greve (26 a 30/11) na comparação com os cinco dias anteriores, quando os abates seguiam ritmo normal. O fiscal estadual agropecuário Richard Alves, diretor da Afagro, explica que o impacto pode ser ainda maior, já que, nesta época, o consumo de carne bovina e ovina cresce em função das festas de fim de ano. “Vamos mostrar o quanto os servidores públicos são importantes em vários setores e que a fiscalização agropecuária influencia diretamente na economia do Estado”, explica o dirigente.

Confira os números divulgados pela Afagro

BOVINOS
52.736 animais enviados para o abate no período de 5 dias antes da greve
35.497 animais enviados para o abate no período de 5 dias depois de iniciada a greve
Redução de 32,69%

OVINOS
5.129 animais enviados para o abate no período de 5 dias antes da greve
3.271 animais enviados para o abate no período de 5 dias depois de iniciada a greve
Redução de 36,22%

Sobre a greve

Desde 26 de novembro, os fiscais estaduais agropecuários fazem greve juntamente com outras categorias ligadas à Secretaria da Agricultura, entre elas os técnicos agrícolas e os analistas agropecuários e florestais, representadas pela Agefa e Assagra, além dos servidores da área administrativa e os da antiga Caixa Estadual.

Também fazem parte da greve unificada servidores de outras áreas, como Saúde, Cultura e Planejamento, entre outras categorias ligadas ao Sintergs, Sindsepe e Sindicaixa. O atraso e o parcelamento dos salários há 48 meses e a falta de reposição salarial há 5 anos motivaram a greve, além do pacote do governo que, segundo as categorias, retira direitos e baixa, indiretamente, a remuneração dos servidores.