Relator vota por elevar pena de Lula para 17 anos no caso do sítio

Tribunal Regional Federal da 4ª Legião julga nesta quarta recurso de Lula que pede absolvição ou nulidade de processo

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O desembargador João Pedro Gebran Neto votou, nesta quarta-feira, por aumentar a pena do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para 17 anos, 1 mês e 10 dias de reclusão no caso do sítio de Atibaia, durante julgamento de recurso da defesa. Lula havia sido condenado em primeira instância a 12 anos e 11 meses de prisão.

Mais cedo, Gebran Neto negou a possibilidade de anulação da condenação e disse ainda ser contrário ao recente entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) de que réus delatados devem fazer as alegações finais por último, após a manifestação dos delatores.

“O instituto de colaboração espontânea já existe no direito brasileiro há 24 anos e nunca se cogitou que houvesse violação de direito”, disse o desembargador. Ele afirmou ainda não ver prejuízo aos réus no processo do sítio.

Gebran Neto, que é relator da Operação Lava Jato no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), é o primeiro de três desembargadores a votar. Também devem se manifestar o desembargadores Thompson Flores e Leandro Paulsen.

A defesa de Lula pede a absolvição ou nulidade com diversos argumentos, entre eles o de que não há prova de crime praticado por Lula, de que o processo foi parcial e conduzido com objetivo político e ainda de que houve cerceamento de defesa.

Julgamento

O julgamento começou às 9h. O procurador do Ministério Público Federal Maurício Gotardo Gerum defendeu que as provas relativas às reformas feitas no sítio usado pelo ex-presidente deixaram claro que houve corrupção e que o objetivo das empresas que assumiram as obras era obter vantagens na Petrobras. “Mais uma vez, restou plenamente comprovado que Lula se corrompeu”, afirmou.