Polícia Civil faz operação para combater violência contra a mulher no RS

Operação Marias cumpre 61 mandados de busca e apreensão, 19 de prisão preventiva e 95 verificações do disque denúncia

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Foto: Polícia Civil./Divulgação.

A Polícia Civil está nas ruas desde o amanhecer desta quarta-feira, em todo Estado, em uma operação de combate à violência contra a mulher. A Operação Marias cumpre 61 mandados de busca e apreensão, 19 de prisão preventiva e 95 verificações do disque denúncia.

Até o final da manhã, sete homens foram presos, sendo três em Porto Alegre. Além disso, foram apreendidas drogas, facões e seis armas. Uma mulher que estava desaparecida, em Santa Maria, foi localizada pelos policiais. A ofensiva conta com a participação de 117 agentes e 38 viaturas.

A maior parte dos presos possui antecedentes criminais. “Os três presos de Porto Alegre têm antecedentes. Um deles já esteve no sistema prisional por crimes como homicídios, roubos e extorsões. Outro tem uma tentativa de feminicídio contra sua companheira na semana passada. Nós não temos um perfil de agressor, vivemos em um sistema patriarcal com relações assimétricas nos ambientes domésticos e familiares. Além dos antecedentes, a mulher deve ficar atenta aos comportamentos abusivos, de controle, posse. Isso pode evoluir e chegar em uma agressão ou feminicídio. A maior parte das mulheres que foram mortas não procurou ajuda”, destacou a delegada Tatiana Bastos,  titular da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM).

Conforme dados divulgados pela Polícia Civil, 72% das vítimas de feminicídio não buscaram ajuda e 69% sequer registraram ocorrência policial. Para a delegada Shana Luft Hartz, diretora do Departamento de Proteção aos Grupos Vulneráveis, é preciso mudar a cultura. “Aqui no Rio Grande do Sul a questão cultural envolve muito a ver com a suposta superioridade do homem, temos a concepção de propriedade do homem sob a mulher. Isso é muito forte no interior e cidades mais afastadas. Isso coloca medo nas mulheres, elas não procuram ajuda. Além disso, ainda tem os vizinhos que não querem se meter. Precisamos deixar claro que o homem não é dono da mulher. Eles têm direitos iguais, um não pode agredir o outro em hipótese nenhuma”.

Campanha

Além de divulgar os dados da operação, a Polícia Civil apresentou, hoje, a campanha em parceria com a Associação de Transportadores de Passageiros (ATP), que exibe busdoor na parte traseira de 50 ônibus da Capital. O intuito é mostrar que não só a mulher pode denunciar, mas a população deve auxiliar à vítima. Um dos focos é o público adolescente, que está construindo sua personalidade.

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Busdoor em ônibus na Capital./ Foto: Polícia Civil./Divulgação.