Em meio a possibilidade de venda do Fêmina, secretária da Saúde reforça que leitos não podem ser fechados

Governo federal quer vender prédio do hospital, localizado em bairro nobre, para transferir atividades em uma nova unidade no complexo do Conceição

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Imagem: Reprodução GHC

Embora não tenha opinado concretamente sobre a possibilidade de venda do prédio do Hospital Fêmina, em Porto Alegre, a secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann, foi enfática ao afirmar que o Estado não pode mais perder leitos hospitalares no Sistema Único de Saúde (SUS). “Tenho convicção de que não podemos perder leitos, ainda mais na área de gestantes. O Fêmina é um hospital que atende gestantes de alto risco”, frisa.

Nesta semana, o governo federal confirmou que o prédio do Fêmina, localizado no bairro Moinhos de Vento, área nobre da Capital, vai integrar o Programa de Parcerias de Investimento (PPI). De acordo com o superintendente do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), André Cecchini, o local será entregue e, em troca, será construído um moderno hospital, de 19 mil m² na zona Norte da Capital, onde já existe o Hospital Conceição. Segundo o gestor, o Fêmina não está próximo, geograficamente, do público-alvo que necessita do serviço.

Há seis meses, a administração do GHC elaborou um estudo financeiro para detalhar o valor de mercado do hospital. Caberá ao programa do governo federal elaborar o processo inédito de permuta do Fêmina de Parceria Público-Privada (PPP). Ao menos, duas empresas brasileiras já despontam como interessadas. O projeto deve ser executado a longo prazo, reitera Cecchini.

“Isso nunca foi feito, seria a primeira vez. Então, a gente não sabe quanto tempo vai demorar, mas o importante, é de que isso aconteça a longo prazo porque é importante para a população. Alguém tem que saber que em 2019, alguém pensou em construir um hospital dentro de um sistema com pouco financiamento”, ressalta.

Por fim, Cecchini citou que a modelagem do processo pode ser comparada ao negócio firmado entre Grêmio e OAS, onde o Estádio Olímpico foi repassado como parte do pagamento para construção da Arena.