O presidente Jair Bolsonaro participa, na manhã desta quinta-feira, em Brasília, do evento de lançamento do partido Aliança pelo Brasil. A atividade ocorre em um hotel da capital, próximo ao Palácio do Alvorada.
Na semana passada, Bolsonaro anunciou a saída do PSL, partido pelo qual se elegeu, e a criação de outra legenda, a Aliança pelo Brasil. Ontem, Bolsonaro assinou a desfiliação do partido.
O grupo político mais próximo a Bolsonaro, além dele próprio, vinham se desentendendo, nos últimos meses, com o fundador e presidente nacional da legenda, o deputado federal Luciano Bivar (PE). Além de marcar a fundação do novo partido, o evento de amanhã, batizado de 1ª Convenção Nacional da Aliança pelo Brasil, vai apresentar o estatuto e o programa do partido.
Para ser registrado oficialmente e poder disputar eleições, o partido precisa da coleta de 500 mil assinaturas, em pelo menos nove estados diferentes. As rubricas terão de ser validadas, uma a uma, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O prazo para que o partido seja registrado no TSE a tempo de disputar as eleições municipais de 2020 é apertado, termina em março do ano que vem. A expectativa é de que o presidente da República possa ser o principal fator de mobilização para a coleta de adesões.
“Nós acreditamos que [a coleta de assinaturas] não vai ser uma dificuldade para nós, uma vez que o presidente mobiliza rapidamente milhões de pessoas”, afirmou o deputado federal Filipe Barros (PSL-PR), que integra o grupo de parlamentares fiel a Bolsonaro.
Segundo o porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros, o presidente está disposto, inclusive, a viajar pelo país para ajudar no processo de coleta de apoio em favor da criação do partido.
“A partir dessa liderança, talvez ele tenha que se fazer presente em alguns locais, para fortalecer, como eu disse inicialmente, pela sua presença, o próprio partido”, afirmou em coletiva de imprensa na noite desta quarta-feira.
Cotado para assumir a presidência nacional da Aliança pelo Brasil, Bolsonaro ainda avalia a viabilidade de comandar o partido e o governo federal ao mesmo tempo. “Existe, a bem da verdade, uma dificuldade reconhecida pelo presidente, de exercer o Poder Executivo e, ao mesmo tempo, exercer a liderança desse novo partido. Então, o presidente está a analisar essa eventual divergência, mas eu reforço: [ele] está prontamente disposto a colocar-se a liderar esse processo”, afirmou Rêgo Barros.
Segunda maior bancada parlamentar na Câmara dos Deputados, o PSL conta com 53 deputados e, no Senado, com três integrantes.