Bolsonaro admite que pode presidir novo partido

Aliança pelo Brasil vai ser formalizado em convenção marcada para esta quinta-feira

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Foto: Marcos Corrêa / PR

O presidente Jair Bolsonaro disse, nesta segunda-feira, que pode assumir a presidência da sigla que, ao lado de dissidentes do PSL, pretende constituir. Batizado de Aliança pelo Brasil, o novo partido vai ter o processo de formação deflagrado em uma convenção marcada para esta quinta-feira, em Brasília. As informações foram publicadas pelo jornal O Estado de S.Paulo.

O desfecho já era esperado. Desde a semana passada, quando ocorreu o anúncio da nova sigla, parlamentares já diziam que Bolsonaro assumir a presidência da sigla era o “caminho mais natural e óbvio”. “O partido é do presidente Bolsonaro e das pessoas que são fiéis ao que ele sempre defendeu”, resumiu a deputada Carla Zambelli (PSL-SP), na semana passada.

A expectativa é de que, dos 53 deputados do PSL, partido pelo qual Bolsonaro se elegeu, 27 o acompanhem na nova legenda. O grupo bolsonarista deve permanecer no PSL até que o novo partido esteja aprovado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A estratégia se explica. Caso os parlamentares deixem agora a sigla, há o risco de perda do mandato. Assim como na eleição de Bolsonaro, a ideia é se valer do apoio da tecnologia para colher assinaturas necessárias para a criação da nova sigla, em vários Estados do País.

Também ficou definido que o presidente Bolsonaro vai usar redes sociais, dele e de aliados, para chamar pessoas dispostas a atuar na coleta de assinatura para a criação do partido. Por enquanto, a ideia é de que a executiva do partido tenha 15 integrantes. Além de 27 bolsonaristas dispostos a migrar para a nova legenda, outros 10 parlamentares, hoje em outros partidos, podem migrar para o Aliança pelo Brasil, segundo informou Zambelli.

Ao deixar o PSL, parlamentares se dizem conscientes de que perderão tempo na TV e também fundo partidário. Mas, para a deputada, esse é um fato menor. Ela argumenta que muitos dos políticos do PSL se elegeram sem essas condições e com financiamentos de campanha por meio de “vaquinhas” – algo que, de acordo com ela, pode ser repetido.