Avenida virou lagoa: Blitz do Guaíba News vai à Bernardino Silveira Pastoriza, na zona Norte

Moradores sofrem há pelo menos dois meses com alagamentos constantes, até em dias de tempo bom

Foto: Ananda Müller/Rádio Guaíba

Tempo firme há três dias, temperatura na casa dos 30 graus e uma avenida totalmente alagada. Parece difícil de acreditar, mas essa é a realidade de moradores e comerciantes da avenida Bernardino Silveira Pastoriza, na zona Norte da Capital, há pelo menos dois meses. Sofrendo com o acúmulo de água da chuva e esgoto, a via já foi alvo de protestos, com bloqueio da pista e queima de pneus.

“Hoje, a gente teve que improvisar com pedras pra permitir a entrada”, contou Jeferson Silveira, gerente de uma loja de ferragens que funciona na esquina da Bernardino com a rua dos Maias. Questionado sobre queda no faturamento, ele disse que só é possível acessar a loja de carro, e que o público não consegue passar na calçada. “Para abrir o portão, o primeiro funcionário precisa entrar de botas”, relatou, sobre a invasão do esgoto ao pátio do comércio.

Pelo menos cinco linhas de ônibus foram desviadas para a rua dos Maias e arredores. Quatro veículos caíram em um buraco, em frente a uma parada, somente no feriadão. Em um dos casos, passageiros precisaram sair de um coletivo para o outro sem descer do veículo, “saltando” de uma porta para outra.

Marcio Reginatto, líder comunitário do bairro, reforçou que a situação já persiste há mais de 60 dias, e que até agora não houve solução efetiva. “A situação está precária, horrível. Isso é direito básico da população, é questão de saúde pública”, destacou. Marcio ainda reforçou que já há esgoto misturado à água da chuva, e que novas manifestações serão realizadas se as obras não saírem do papel.

Relato da repórter

A reportagem constatou os problemas relatados pela população. A calçada é disputada por pedestres, bicicletas, motos, carros e até caminhões. O semáforo que antecede o entroncamento da Bernardino com a rua dos Maias também não é respeitado, sendo necessária a boa vontade dos motoristas para dar acesso a quem sai dos estacionamentos da região. A sinaleira de pedestres, igualmente, perdeu utilidade: seja pelo desrespeito dos motoristas, seja pela água que impede a passagem.

Para chegar ao estabelecimento comercial visitado, a reportagem atravessou, na esquina, no meio dos carros, e usou a passarela improvisada citada pelo gerente. Há presença de água com odor de esgoto no local. A rampa de acesso de carros está, inclusive, coberta por uma espécie de limo.

Vale ressaltar, também, que a camada asfáltica está completamente comprometida. Buracos se sucedem pela pista, virando verdadeiras armadilhas para os motoristas, uma vez que estão cobertos pela água.

Limo cobre a entrada da loja. Foto: Ananda Müller/Rádio Guaíba

O que disse a Prefeitura

A Prefeitura de Porto Alegre informou que equipes do Dmae iniciaram hoje trabalhos paliativos na via, em direção a Rua dos Maias. A intenção, conforme nota, “é minimizar os problemas relacionados a falta de escoamento das águas das chuvas.” O serviço é emergencial e deve se estender até a quarta-feira, dia 20.

A obra contempla a instalação de 100 metros de tubulações. Conforme o Dmae, “a via não possui sistema completo de drenagem pluvial e devido ao crescimento populacional do entorno, ligações irregulares e obstrução de tubulações, teve os problemas de acúmulo de água intensificados nos últimos meses.”

A Secretaria de Infraestrutura e Mobilidade Urbana informou, ainda, que “a execução da requalificação estrutural de pavimentos da mesma está prevista no Lote 3 do Programa de Requalificação Viária 2019/2020”, e que atualmente a Prefeitura busca verbas para esse fim.