Bolsonaro sugere asilo a Evo em Cuba e fala que esquerda tomou conta do México

Líder boliviano aceitou convite de chanceler mexicano após anunciar ser alvo de ordem de "prisão ilegal"

Morales participou da posse de Bolsonaro em janeiro. Foto: Arquivo/ABr

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) ironizou, nesta segunda-feira, o aceite de Evo Morales, que renunciou no domingo à presidência da Bolívia, à oferta de asilo no México. “Lá (no México) a esquerda tomou conta de novo. Tenho um bom país para ele: Cuba”, afirmou Bolsonaro em frente ao Palácio do Alvorada. As declarações foram publicadas pelo jornal O Estado de S.Paulo.

Horas após renunciar à presidência boliviana, Evo anunciou que havia uma ordem de “prisão ilegal” contra ele. “Denuncio ao mundo e ao povo boliviano que um oficial da polícia anunciou publicamente que tem a instrução de executar uma ordem de prisão ilegal contra a minha pessoa”, tuitou o ex-presidente, que afirmou também que “grupos violentos” atacaram a casa dele.

O chanceler mexicano, Marcelo Ebrard, informou, nesta segunda, que o asilo foi concedido a Evo porque “sua vida e integridade correm risco”. Cabe às autoridades bolivianas conceder um salvo-conduto ao ex-presidente e garantias de que “sua vida, integridade pessoal e liberdade” não sejam colocadas em perigo.

No domingo, na primeira manifestação pública sobre a saída de Evo da presidência, Bolsonaro defendeu o uso do voto impresso nas eleições do Brasil. “Denúncias de fraudes nas eleições culminaram na renúncia do Presidente Evo Morales”, escreveu o presidente no Twitter. “A lição que fica para nós é a necessidade, em nome da democracia e transparência, de contagem de votos que possam ser auditados. O voto impresso é sinal de clareza para o Brasil!”, afirmou.

O líder indígena boliviano havia sido reeleito presidente, em 20 de outubro, em votação feita por meio de cédulas impressas em papel.