Após 580 dias, ex-presidente Lula deixa a prisão em Curitiba

Petista é um dos beneficiados pela decisão do STF que determina a prisão após o fim do processo (transitado em julgado) e não mais na 2ª instância

Reprodução/Record TV

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou a prisão em Curitiba na tarde desta sexta-feira. O petista seguia preso desde abril do ano passado, na Superintendência da Polícia Federal, na capital paranaense, após duas condenações, em primeira e segunda instâncias, pela suposta ocultação da propriedade de um tríplex em Guarujá (SP).
Lula deixou a sede da PF pela porta da frente, acompanhado por parlamentares do PT, advogados e familiares. Ele caminhou em direção a apoiadores e discursou em um palco, diante de centenas de militantes.

Lula é um dos beneficiados pela decisão do STF que determinou a prisão de réus após todos os recursos na Justiça, e não mais após a segunda instância. A defesa do ex-presidente entrou com o pedido na Justiça nesta sexta. O juiz Danilo Pereira Júnior, da 12ª Vara Federal de Curitiba, expediu o alvará de soltura às 16h16min.

A denúncia contra Lula partiu da força-tarefa da Operação Lava Jato. O ex-presidente também já é condenado, em primeira instância, pela suposta ocultação de propriedade de um sítio em Atibaia (SP).

Supremo

Na noite de quinta-feira, o STF decidiu, por seis votos a cinco, que os réus do Brasil podem ser presos somente após o fim do processo, com o esgotamento de todos os recursos possíveis, em tribunais superiores.

Os votos contrários à prisão após a condenação em segunda instância foram do presidente do STF, Dias Toffoli, assim como o relator das ações, Marco Aurélio Mello, e os ministros Rosa Weber, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Celso de Mello. Foram derrotados os ministros Alexandre de Moraes, Edson Fachin, Luiz Fux, Luís Roberto Barroso e Cármen Lúcia.