Caso Marielle: porteiro mentiu sobre entrada em condomínio, sustenta MP do Rio

Promotora do Gaeco afirmou que Élcio Queiroz entrou no condomínio onde o presidente Jair Bolsonaro residia com autorização de comparsa Ronnie Lessa

Foto: Valdenio Vieira / PR / Divulgação

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) afirmou, em entrevista coletiva, nesta quarta-feira, que o porteiro mentiu sobre quem autorizou a entrada do ex-PM Élcio Queiroz, acusado de participação na morte da vereadora Marielle Franco, em um condomínio na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, no dia do crime.

Nessa terça-feira, a reportagem da TV Globo teve acesso ao depoimento do porteiro, no qual ele afirmou à policia que Élcio obteve autorização para entrar no local após interfonar para a casa 58, que pertence ao presidente da República Jair Bolsonaro.

A versão é desmentida pela responsável pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco). A promotora Simone Sibilio afirmou que Queiroz teve o acesso ao condomínio liberado pelo comparsa dele, o sargento reformado da PM Ronnie Lessa. Sibilio disse o MP-RJ confirmou a informação a partir de provas técnicas, após a análise das gravações.

“Por que o porteiro lançou o número 58 [na planilha]? Pode ser por vários motivos, que serão apurados. O fato é que as ligações comprovam que é Ronnie Lessa é quem autoriza, e que Élcio vai para a casa de Ronnie Lessa”, disse a promotora.