FETAG: IBGE divulga Censo Agropecuário 2017 com dados da agricultura familiar

O instituto visitou todos estabelecimentos agropecuários do Brasil.

O IBGE define como estabelecimento agropecuário qualquer unidade de produção ou exploração dedicada, total ou parcialmente, a atividades agropecuárias, florestais e aquícolas, independentemente de seu tamanho, forma jurídica, ou localização.
(Antonio Cruz/Agência Brasil)

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta sexta-feira (25), os dados relativos ao Censo Agropecuário de 2017. O instituto visitou todos estabelecimentos agropecuários do Brasil.

O IBGE define como estabelecimento agropecuário qualquer unidade de produção ou exploração dedicada, total ou parcialmente, a atividades agropecuárias, florestais e aquícolas, independentemente de seu tamanho, forma jurídica, ou localização.

De acordo com o estudo, em todo o território nacional, são 5.073.324 de estabelecimentos agropecuários, sendo 365.094 (7,2%) no Rio Grande do Sul, que é o quarto estado brasileiro no ranking do IBGE, perdendo apenas para Bahia, Minas Gerais e Ceará, respectivamente. A área total dos estabelecimentos agropecuários brasileiros atinge a marca de 351.289.816 hectares, destes 21.684.558 (6,2% do total) são em solo gaúcho.

Os dados também indicam que 83,7% dos estabelecimentos agropecuários gaúchos têm entre 0 e 50 hectares. Com relação as pessoas ocupadas pelas atividades agropecuárias no Brasil, são mais de 15 milhões trabalham no campo, sendo 992 mil no RS.

Agricultura familiar

Pertencem a agricultura familiar, pela primeira vez incluídas no Censo após decreto que modificou os parâmetros para enquadramento na categoria, 3,9 milhões de estabelecimentos agropecuários, ou 77% do total brasileiro, que cultivam 80 milhões de hectares, com valor de produção de R$107 bilhões.

No Rio Grande do sul, 80,5% dos estabelecimentos foram considerados como de agricultura familiar, detendo 25,3% de toda a área cultivada. O estudo também aponta que a faixa etária de pessoas que vivem no campo é alta, e que o número de jovens está diminuindo, representando um problema para a sucessão rural.

Para a atividade leiteira, o cenário é bem diferente do Censo de 2006. No levantamento anterior, apenas no Rio Grande do Sul, 204 mil estabelecimentos produziam leite. Em 2017, foram contabilizados 129 mil. Por outro lado, a produção leiteira subiu. De 2,46 bilhões de litros (2.503 litros/vaca/ano), para 3,93 bilhões de litros (4.258 litros/vaca/ano).

Para o presidente da FETAG-RS Carlos Joel da Silva, o Censo Agropecuário 2017 “demonstra, em números, o grande papel que a agricultura familiar desempenha na produção de alimentos no Brasil. Apenas aqui no Estado, 80% dos estabelecimentos são da agricultura familiar. Os governos precisam entender a importância da nossa categoria e investir cada vez mais em políticas públicas que nos incentivem a continuar produzindo”. Joel também destaca o papel das mulheres que, de acordo com o Censo 2017, já representam 38,1% da população agricultora familiar, representando um aumento significativo.

Fonte: FETAG/Rs