Corrida contra o AVC reúne mil pessoas em Porto Alegre

Evento chamou a atenção para a prevenção e o tratamento da doença

Evento chamou a atenção para a prevenção e o tratamento da doença | Foto: Guilherme Testa/CP

Como parte do Dia Mundial do Acidente Vascular Cerebral (AVC), celebrado em 29 de outubro, Porto Alegre realizou, neste domingo, a 5ª Corrida contra o AVC. Com a participação de mil pessoas, a atividade foi realizada em um percurso de cinco quilômetros por dentro do Parque da Redenção. Nem a chuva desta manhã assustou os competidores que realizaram o percurso ao longo dos 37,5 hectares da área de lazer mais tradicional da cidade. Além disso, uma outra parte dos inscritos participou de uma caminhada 2,5 quilômetros pelo parque. A iniciativa foi organizada pela Rede Brasil AVC, com apoio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), dos Hospitais de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) e Moinhos de Vento e da Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares com o objetivo de promover a prevenção a partir da prática sadia da atividade física.

A médica neurologista Sheila Martins, presidente da Rede Brasil AVC e responsável pela organização do evento, disse que a doença é a segunda causa de morte no mundo e a primeira causa de incapacidade no mundo. “Nessa campanha, estamos alertando a população que 90% dos casos podem ser prevenidos se as pessoas tiverem atenção a dez fatores de risco”, ressaltou.

Os fatores de risco são pressão alta, colesterol elevado, diabetes, fumo, fibrilação atrial (arritmia cardíaca), obesidade, alimentação inadequada, sedentarismo (falta de atividade física), abuso de álcool e depressão e ansiedade. “Se conseguirmos controlar esses fatores, a gente evita 90% dos caso de AVC”, destacou. Conforme Sheila Martins, a campanha “Não deixe que seja você” também alerta se o AVC acontecer que existe tratamento desde que o paciente chegue rápido ao hospital. “As pessoas precisam reconhecer os sinais de alerta e chamar a ambulância do Samu no telefone 192 que está preparado para o atendimento e para levar o paciente a instituição de saúde correta. A população deve aprender a identificar os sintomas: Sorria – boca torta (peça para uma pessoa dar um sorriso), Abrace – perda da força  (veja se a pessoa consegue levantar os dois braços), Música – dificuldade na fala (repita a frase como uma música) e Urgente (identificou alguns dos sintomas ligue para o Samu 192)”, disse.

Os sintomas e sinais de alerta dos acidentes vasculares isquêmicos e hemorrágicos são dor de cabeça muito forte, de início súbito, sobretudo se acompanhada de vômitos; fraqueza ou dormência na face, nos braços ou nas pernas, geralmente afetando um dos lados do corpo; paralisia (dificuldade ou incapacidade de se movimentar); perda súbita da fala ou dificuldade para se comunicar e compreender o que se diz e perda da visão ou dificuldade para enxergar com um ou ambos os olhos.

Segundo a médica neurologista, existem dois tipos de AVC, o hemorrágico e o isquêmico. “85% dos casos de AVC são isquêmicos e se deve à obstrução de uma artéria responsável por levar o sangue a uma região do cérebro. Sem nutrientes e oxigênio, parte do cérebro pode morrer”, ressaltou.

A programação incluiu ainda a verificação de pressão arterial, peso, altura e avaliação do risco de AVC, com orientações de como reconhecer os sinais do agravo, o que fazer e como diminuir a possibilidade de ter a doença. Os atendimentos tiveram a participação de médicos, residentes, estudantes de Medicina e Enfermagem, enfermeiros, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, assistentes sociais, psicólogos e nutricionistas, além de equipe do Samu. Quem passou pelo Parque da Redenção conheceu os aplicativos Riscômetro de AVC e o Aplicativo AVC Brasil. Em média, uma a cada quatro pessoas sofrerá um AVC durante a sua vida e no Mundo a cada seis segundos uma pessoa morre em decorrência da doença.