Deputado admite que se “infiltrou” em reunião do PSL para gravar Waldir

Segundo Daniel Silveira, objetivo foi "blindar" Bolsonaro na guerra declarada contra presidente do partido

Foto: Vinicius Loures / Câmara dos Deputados

O deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) admitiu ter gravado a reunião da bancada do PSL em que o líder do partido, Delegado Waldir (GO), chama Jair Bolsonaro de “vagabundo” e fala que vai “implodir o presidente”. As informações foram publicadas pelo jornal O Estado de S.Paulo.

De acordo com o parlamentar, o objetivo era “blindar” Bolsonaro na guerra declarada contra o presidente do PSL, deputado Luciano Bivar (PE). “Era uma estratégia pensada. Eu, Carlos Jordy (PSL-RJ), Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), Carla Zambelli (PSL-SP), Bia Kicis (PSL-DF). Todo o grupo do Jair para gente poder blindar o presidente”, afirmou Silveira.

De acordo com o parlamentar, os deputados traçaram a estratégia em reunião com a participação de Bolsonaro, na tarde de ontem, no Palácio do Planalto. Lá, iniciaram o plano de se infiltrar no grupo de parlamentares ligados a Bivar. Naquele momento, “bolsonaristas” e “bivaristas” recolhiam assinaturas em uma disputa pela liderança do partido na Câmara. De um lado, os aliados de Bivar, tentando manter Waldir no posto. De outro, a ala ligada ao presidente, tentando emplacar Eduardo Bolsonaro como líder.

Silveira e outros dois deputados foram para a reunião no gabinete da liderança do PSL. Para convencer o outro lado, ele assinou uma lista de apoio ao líder do PSL. Após gravar a conversa, Silveira voltou ao Planalto e mostrou a Bolsonaro a gravação. “Ele ficou p… da vida”, afirmou à reportagem.

O deputado também disse ao Estadão ter experiência em trabalhar disfarçado. Quando era membro da Polícia Militar do Rio de Janeiro, ele atuou na área do Serviço de Inteligência, a chamada P2. A unidade é especializada em atuar com militares disfarçados, muitas das vezes infiltrados em organizações criminosas para buscar provas de crimes.