Advogado de Bivar: ação com motivação política seria “desprezível”

Comandante do PSL foi alvo de operação da poucos dias depois atrito com o presidente Jair Bolsonaro; advogado de Bivar fala em ação "absurda"

Advogado de Bivar comentou ação da Polícia Federal contra deputado
Foto: PSL/Divulgação

A defesa do presidente do PSL, Luciano Bivar, se manifestou sobre a operação de busca e apreensão realizada na residência do deputado federal pernambucano. A ação da Polícia Federal faz parte das investigações sobre o esquema de candidaturas laranjas do partido. O comando da legenda está em rota de colisão com o presidente Jair Bolsonaro. O chefe do Executivo cogita deixar a sigla e sugeriu, inclusive, abrir a chamada “caixa-preta” das contas do PSL.

Em contato com a reportagem da Rádio Guaíba, o advogado de Bivar disse estranhar que a ação tenha ocorrido 10 meses depois da instauração do inquérito. Ademar Rigueira Neto também salientou que a decisão veio um ano depois das eleições de 2018. No entanto, o representante do presidente do PSL disse não acreditar que a operação tenha cunho político. “Isso seria, na verdade, desprezível”, afirmou. “Há, na verdade, um grande equívoco”, pontuou.

“Show pirotécnico”

O advogado de Bivar ainda destacou que, na sua visão, a ação foi um “absurdo”. Os agentes cumpriram mandado após determinação do Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco, a pedido da Polícia Federal e do Ministério Público. “É mais um show pirotécnico desnecessário da PF e, mais uma vez, infelizmente, convalidado pelo Poder Judiciário”, afirmou Rigueira Neto.

Além da casa de Bivar, os investigadores foram à sede do PSL, ao endereço de três candidatas do partido e a gráficas que teriam prestado serviço ao diretório. Ademar Rigueira Neto ressaltou que seu cliente e os investigados contribuíram para o trabalho policial, abrindo mão dos sigilos bancário e telefônico.

Histórico

As investigações apontam que representantes do PSL em Pernambuco teriam “ocultado/disfarçado/omitido” movimentações de recursos financeiros vindos do fundo partidário. As autoridades buscam entender se o dinheiro teria sido usado para candidaturas fantasmas de mulheres. A manobra teriam o objetivo de desviar a verba, para que fosse aplicada onde o partido e gestores decidissem.

duas semanas, o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, foi denunciado pelo Ministério Público de Minas Gerais. Ele é suspeito de utilizar candidaturas de fachada para acessar recursos do fundo eleitoral nas eleições do ano passado. O ministro era, à época, presidente do PSL mineiro. Ao ministro foram imputados pela Polícia Federal os crimes de falsidade ideológica, associação criminosa e apropriação indébita.