RS registra queda de 7,6% e tem pior resultado do comércio varejista do país em agosto

Dados foram divulgados pelo IBGE

Foto: Jéssica Moraes./ Rádio Guaíba

Após dois meses de reação do setor varejista gaúcho, o comércio sofreu um baque negativo de 7,6% na passagem de julho para agosto, de acordo com Pesquisa Mensal de Comércio, divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Estado registrou pior resultado da federação, segundo o IBGE. No país, o setor cresceu 0,1% no oitavo mês do ano.

Vindo de um cenário de perdas, a Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul (FCDL) previa recuperação de aproximadamente 4,5% em 2019. Porém, segundo o presidente da entidade, o crescimento será de, no máximo, 2,5%. Vários são os motivos pelos quais o comércio não decola, segundo Victor Koch.

“A nossa carga tributária é muito elevada; uma das mais elevadas da federação. Dessa forma, o nosso custo de produção tira a nossa competitividade das indústrias se refletindo no comércio. Além disso, o advento do e-commerce (vendas pela internet) tem impactado muito o varejo gaúcho. E quem fatura em impostos são outros estados”, sustenta.

Para o final do ano, com as promoções da Black Friday e as vendas de Natal, Koch estima recuperação. “O segundo semestre é melhor para o comércio porque há mais circulação de dinheiro com o 13º salário e divisão de lucros nas empresas. Portanto, acreditamos que haverá pequeno crescimento”. Segundo ele, com as reformas do governo federal e estadual, a expectativa de recuperação do varejo vai ficar para 2020.

No País

O comércio teve resultados positivos em 15 das 27 unidades da federação pesquisadas pelo IBGE: Piauí (11,9%); Amapá (4,3%); e Maranhão (3,9%) foram os destaques. Depois do Rio Grande do Sul, a sequência de quedas do varejo teve o Rio de Janeiro (-2,3%) e Roraima (-2,1%) com os piores resultados de agosto.

Em todo o Brasil, os supermercados impediram que as vendas do setor varejista ficassem negativas em agosto. O volume do comércio no mês cresceu 0,1% em relação julho, o que indica estabilidade, mas é o terceiro mês seguido que o setor tem taxa positiva, acumulando alta de 1,2% no ano. Já nos últimos 12 meses o comércio registrou perda de ritmo nas vendas, ao cair de 1,6% em julho para 1,4% em agosto.

Registram queda em comercialização os setores de combustíveis e lubrificantes (-3,3%), tecidos, vestuário e calçados (-2,5%), móveis e eletrodomésticos (-1,5%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-0,3%), o que indica que o consumidor está priorizando os gêneros de primeira necessidade.

“A variação negativa para esses produtos confirma que a população está dedicando mais seu orçamento às compras essenciais. O equilíbrio entre essas quatro categorias em queda com dois grandes setores em alta levou o mercado a um patamar mais próximo da estabilidade”, avaliou a pesquisadora do IBGE, Isabella Nunes.