Após encontro com militares, Piratini promete detalhar projeto sobre carreiras

Principais alterações para militares são o fim das vantagens por tempo de serviço e do acúmulo do risco de vida sobre os benefícios

Quinta-feira foi de reuniões com militares, policiais civis e agentes penitenciários
Quinta-feira foi de reuniões com militares, policiais civis e agentes penitenciários | Foto: Gustavo Chagas/Rádio Guaíba

A falta de detalhes sobre o projeto que muda o plano de carreira de servidores vem desagradando as entidades de classe do funcionalismo público. O protesto se repetiu nesta quinta-feira, quando o governador do Estado recebeu representantes de militares em uma reunião. O encontro foi o terceiro a ser realizado com sindicatos para expor a reforma. Na quarta, Leite se reuniu com o Cpers e a Fessergs.

Após a reunião com representantes da Brigada Militar e do Corpo de Bombeiros, o governador se comprometeu a apresentar detalhes do projeto na próxima segunda-feira. Eduardo Leite disse que o governo vai dar um tempo para que os servidores apresentem ideias. “[Vamos] aproveitar sugestões ou, pelo menos, nos contrapor às sugestões, justificarmos do porquê não [executar] daquela forma”, comentou.

Mudanças para militares

O governo do Estado ainda comentou quais mudanças deve implementar na carreira dos militares. Como a questão previdenciária é discutida em Brasília, em um projeto do governo Federal, o foco do Piratini para com servidores da Brigada e dos Bombeiros é o estatuto das categorias. Eduardo Leite disse respeitar e admirar os homens e mulheres da segurança pública.

O governador projetou o fim das vantagens por tempo de serviço, como triênios. Além disso, o Executivo prevê extinguir o acúmulo do risco de vida sobre os benefícios temporais. “Todo mundo que já tem levaria esses valores para uma parcela autônoma, ninguém perde nada, nesse sentido”, explicou Leite.

Reação de policiais e bombeiros

Presentes no encontro, líderes sindicais da Brigada e dos Bombeiros comentaram as aterações. O representante dos cabos e soldados da polícia antecipou a insatisfação da classe. Para o presidente da ABAMF, José Clemente da Silva Corrêa, o projeto do governo vai reduzir direitos da categoria. “As mudanças podem impactar em direitos nossos e, em nenhum momento, nós estaremos aceitando prejuízo naquilo que nós conquistamos”, afirmou.

Na opinião do coordenador-geral da Associação de Bombeiros do Rio Grande do Sul, o pacote do Piratini foi apresentado de forma superficial, impedindo a análise da categoria. Segundo Ubirajara Ramos, há indicativo de prejuízos aos servidores e à comunidade. “Quando o governo do Estado apresenta projetos que vão afetar os servidores e os militares estaduais do Corpo de Bombeiros, está também afetando o desempenho do serviço público”, lamentou.

O governo do Estado estima uma economia de R$ 25 bilhões em 10 anos, caso o pacote de mudanças seja aprovado. Ainda nesta quinta, Leite recebe policiais civis e agentes penitenciários.