Leite recebe sindicatos, mas projeta enviar reformas à Assembleia ainda em outubro

Governador se reuniu hoje com representantes da Fessergs e do Cpers Sindicato. Nesta quinta, se encontra com servidores da Segurança Pública

Eduardo Leite. Foto: Lucas Rivas

Terminou sem acordo, nesta quarta-feira, a primeira rodada de reuniões entre o governador Eduardo Leite (PSDB) e líderes sindicais sobre os projetos elaborados pelo Executivo a fim de modificar o plano de carreira do funcionalismo e alterar o regime previdenciário. No Centro Administrativo Fernando Ferrari, Leite recebeu a Federação Sindical dos Servidores Públicos do Rio Grande do Sul (Fessergs) e o Cpers Sindicato. Por horas, foram debatidos itens da reforma estrutural a ser protocolada pelo Executivo, na Assembleia, até o fim do mês. Clique aqui e acesse o documento com os principais pontos da reforma.

Após encontro, o presidente da Fessergs, Sérgio Arnoud, mencionou que as propostas gestadas vão aniquilar de vez os serviços oferecidos pelo funcionalismo público. “A impressão para nós é terrível porque isso aponta para extinção do serviço público. Evidentemente que, agora, de posse de todo o power point que ele apresentou, nós vamos examinar ponto a ponto, mas da forma como foi colocado, o serviço público, que já é precário vai desaparecer”.

Arnoud sustenta que o cenário proposto reforça o congelamento de salários do funcionalismo, transforma as gratificações em abono e ainda eleva o percentual de desconto para a Previdência, em busca de uma economia de R$ 25 bilhões, em dez anos. O sindicalista reitera que, enquanto isso, o Estado deixa de arrecadar, anualmente, em isenções fiscais, cerca de R$ 9 bilhões.

Em contrapartida, Eduardo Leite mencionou que governos passados tentaram promover reformas administrativas quando o governo federal, na década de 90, conseguiu extinguir vantagens temporais a servidores. O governador também admitiu estar descontente com os textos apresentados, mas alegou que as medidas são fundamentais para colocar e manter futuramente os salários e aposentadorias em dia. “Nem eu mesmo, como governador, fico feliz com esses encaminhamentos, mas são necessários. Vamos receber as sugestões e criticas, para no fim do mês encaminhar os projetos”, declarou.

Leite também contemporizou o clima de animosidade entre os sindicatos após ter esmiuçado pontos do texto com o Cpers e Fessergs. Além disso, reiterou o alerta de que se as mudanças propostas não forem implementadas, o Estado vai paralisar por completo no futuro.

“Não vejo uma animosidade grande. Vejo tranquilidade, pois o papel do sindicato é fazer a sua mobilização. Nós vamos continuar dialogando com os servidores. Estamos apontando um caminho que dará segurança e sustentabilidade para que as aposentadorias e salários não atrasem mais e não voltem a atrasar. Para isso, é fundamental que se estabeleça uma nova forma na remuneração e nas regras com que os contracheques são formados hoje no Estado”, pontuou.

O chefe do Executivo também reafirmou que os projetos seguem em aberto, com margem para discussões entre os servidores. As reuniões com os trabalhadores serão retomadas nesta quinta-feira, quando Leite se encontra com representantes da segurança pública.

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