O presidente do PSL, deputado Luciano Bivar (PE), disse nesta quarta-feira considerar que o presidente da República, Jair Bolsonaro, já decidiu pela saída do partido. Na terça-feira, Bolsonaro disse a um apoiador que se identificou como pré-candidato pela legenda no Recife para que esqueça o partido, e afirmou que Bivar “está queimado para caramba”. O presidente, segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo, considera deixar a legenda.
Bivar disse não entender o que motivou o presidente a dar essas declarações. Mas sugeriu que a intenção do presidente, ao atacar o PSL, seja mostrar distanciamento em relação a denúncias sobre irregularidades envolvendo candidaturas laranja para angariar recursos de campanha em Minas Gerais. “Ele quer ficar isento dessas coisas”, afirmou Bivar.
Na semana passada, o Ministério Público de Minas Gerais denunciou o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, por irregularidades envolvendo candidaturas de mulheres nas eleições de 2018. Antônio presidia o PSL mineiro à época.
Embora ainda não tenha definido o destino, Bolsonaro estuda vários cenários políticos e deseja um partido que possa controlar, para impulsionar a candidatura à reeleição, em 2022. A União Democrática Nacional (UDN) já pediu registro como partido no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e quer que o presidente se filie à sigla.
A saída de Bolsonaro pode provocar uma debandada no PSL. Dirigentes do partido ouvidos pela reportagem do Estadão dizem que o presidente pode levar consigo até 15 dos 53 deputados federais, além de dois dos três senadores – Flávio Bolsonaro (RJ) e Soraya Thronicke (MS).
