Barroso justifica buscas contra Bezerra: ‘impressionante quantidade de indícios de crimes’

Ministro defendeu buscas e apreensões contra o senador, que é líder do governo, em manifestação ao presidente da Corte

Foto: Divulgação / TRF4

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, afirmou ao presidente da Corte, Dias Toffoli, que há uma ‘impressionante quantidade de indícios de crimes’ na investigação contra o líder do governo Jair Bolsonaro no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB), e o filho dele, Fernando Coelho Filho (DEM). As informações foram divulgadas pelo jornal O Estado de S.Paulo.

A manifestação se deu no âmbito de ação movida pelo Senado Federal para derrubar a decisão que autorizou as buscas e apreensões contra os políticos no âmbito da Operação Desintegração, que mira supostas propinas de R$ 5,5 milhões de empreiteiras. O episódio abriu uma crise institucional entre o Supremo e o Senado Federal.

Em reação ao pedido, Toffoli pediu explicações a Barroso. Inicialmente, a decisão do ministro que autorizou as buscas contrariou posicionamento da então procuradora-geral Raquel Dodge, que se manifestou pelas diligências somente contra pessoas ligadas a Bezerra e o filho.

Após o fim do mandato de Raquel, o subprocurador-geral Alcides Martins, interino na PGR, se manifestou favoravelmente às medidas cautelares contra o senador e o deputado.

“O Direito e a Justiça valem para todos”

Segundo o ministro, o exame dos elementos da investigação ‘não conferia outra opção que não a decretação da busca e apreensão’. “Não seria republicano nem ético desviar do reto caminho por se tratar de figura poderosa. O Direito e a Justiça valem para todos. Esta é uma das conquistas da civilização”, escreveu.

“Sem antecipar qualquer juízo de valor sobre o mérito da investigação, é fato incontestável que a Polícia Federal reuniu uma impressionante quantidade de indícios de cometimento de crimes por parlamentares – um Senador da República e um Deputado Federal -, juntamente com outros participantes”, prosseguiu Barroso.

O ministro ainda enumerou o resultado das diligências no gabinete do senador, que, segundo ele e a Polícia Federal, reuniram mais indícios contra Bezerra Coelho.