Caixa dois: Moro defende Bolsonaro e nega irregularidade em campanha

Reportagem publicada em jornal cita depoimento e planilha que implicam a candidatura de Bolsonaro em esquema de caixa dois em Minas Gerais.

No Twitter, Moro defendeu Bolsonaro de denúncia de caixa dois no PSL de Minas Gerais
No Twitter, Moro defendeu Bolsonaro de denúncia de caixa dois no PSL de Minas Gerais | Foto: ABr/Arquivo

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, se manifestou sobre as denúncias de caixa dois na campanha de Jair Bolsonaro em 2018. Uma reportagem do jornal Folha de São Paulo, publicada neste domingo, revela a existência de um depoimento e de uma planilha que implicariam a candidatura do PSL nas eleições presidenciais. Segundo a publicação, um ex-assessor do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, teria confirmado as irregularidades à Polícia Federal.

No Twitter, Moro afirmou que a manchete do jornal “não reflete a realidade” e que a campanha de Bolsonaro foi a “mais barata da história”. O ministro ainda indicou que nem o delegado, nem o Ministério Público viram algo contra o presidente no inquérito que investiga o PSL de Minas Gerais.

Reportagem denuncia caixa dois

A Folha de São Paulo noticiou que um ex-assessor do ministro do Turismo informou à Polícia Federal que o esquema de laranjas do PSL em Minas teria desviado dinheiro para a campanha de Bolsonaro. O titular da pasta era o presidente do partido e coordenador da campanha presidencial no estado. Marcelo Álvaro Antônio também foi implicado na denúncia. Em depoimento, Haisslander Souza de Paula indicou que parte dos valores depositados para candidaturas femininas foi usada para pagar material de campanha do partido.

Em uma planilha, há referência ao fornecimento de produtos para a campanha de Bolsonaro com a expressão “out”. Segundo investigadores, a palavra significa pagamentos “por fora”. No documento, há menção ao fornecimento de 2 mil unidades de material eleitoral para a candidatura de Bolsonaro. Do valor gasto, R$ 4.200 estão marcados como “out” e R$ 1.550 com “NF” (em referência aos valores registrados em nota fiscal). No entanto, não há registro, na prestação de contas entregue por Bolsonaro à Justiça Eleitoral, de gastos com a empresa que aparece na planilha.

Ministro indiciado

O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, foi o deputado federal mais votado em Minas Gerais e coordenador da campanha presidencial de Bolsonaro no estado. Na última semana, a Polícia Federal indiciou o ministro e outras 10 pessoas por suposto envolvimento no esquema de candidaturas laranja do PSL e em caixa dois. Mesmo após o indiciamento e a denúncia do Ministério Público, o Palácio do Planalto decidiu manter Álvaro Antônio no cargo. O ministro nega as irregularidades.