Programação especial celebra os 150 anos do Mercado Público

Estão previstos parabéns com bolo, eventos religiosos, apresentações de dança e música, flash mob e abraço ao espaço com chuva de balões

Concessão Mercado Público prevê investimentos de R$ 40 milhões em 25 anos | Foto: Guilherme Testa/CP
Foto: Guilherme Testa / CP

O Mercado Público de Porto Alegre comemora 150 anos nesta quinta-feira. Para celebrar, o espaço vai contar com uma programa especial. Estão previstos parabéns com bolo, eventos religiosos, apresentações de dança e música, flash mob e abraço ao espaço com chuva de balões.

A programação especial começa às 9h, como uma missa seguida de benção ecumênica. Às 11h deve começar a cerimônia oficial, com o parabéns previsto para o meio dia. As festividades seguem durante a tarde, com apresentação do Coral Municipal Paulo Freire, às 13h, e o abraço ao Mercado com chuva de balões às 15h30. Logo depois, acontece um Flash Mob da Cia Municipal de Dança. No final da tarde, haverá benção do Pai Paulinho do Xeroquê com apresentação do cantor Lumi e, por fim, às 19h, apresentação do Conjunto de Sopros.

Para Adriana Kauer, presidente da Associação de Comércio do Mercado Público Central (Ascomepc), hoje é um dia de celebrar e lembrar tudo que o espaço passou até o momento. ”Hoje é um dia de festa. O dia de hoje é a cara do mercadeiro. O Mercado está em festa, todos com um sorriso no rosto. O mercadeiro é resistência e sempre tem o que comemorar, ele sabe recomeçar. Nesse 150 anos passamos por tantas coisas graves, tentativa de demolição, enchente, incêndio. E sempre recomeçamos. Precisamos comemorar esses 150 anos de história, é vida aqui dentro”.

As bancas do Mercado ficam abertas de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 19h30. Nos sábados, das 7h30 às 18h30. Os restaurantes funcionam até as 22 horas.

O Mercado Público

O prédio do Mercado Público é histórico no Centro da Capital. A cada dia, cerca de 100 mil pessoas percorrem seus corredores do espaço. No local, estão 106 estabelecimentos comerciais que movimentam a economia popular da cidade. Há variedades de eixes, carnes nobres, frutas, verduras, ervas e especiarias, grãos, alimentos orgânicos, artesanatos, artigos religiosos e decorativos. Além de restaurantes, cafés, lancherias e outras opções de gastronomia.

Sobre a concessão do espaço, a prefeitura lançou uma consulta pública, no último dia 18, para balizar o edital de concessão da gestão do Mercado Público. O valor estimado para o contrato, que tem validade por 25 anos, é de R$ 85 milhões, com outorga mínima inicial de R$ 28,1 milhões.

O vencedor ficará responsável pela operação e manutenção do Mercado Público. Só nos primeiros três anos, R$ 41,5 milhões deverão ser investidos em reformas para melhoria de drenagem, sanitários e fachada, além de iluminação interna e cênica externa, a troca da rede elétrica e mais acessibilidade. Já outra parte, de R$ 43,5 milhões, deverá ser aplicada na gestão e manutenção do local durante os 25 anos de contrato.

Permissionários temem concessão

Apesar de garantias que a Prefeitura procurou passar, parte dos permissionários ainda não se sente segura quanto ao futuro do local. De acordo com Adriana, a principal preocupação é com relação a “mercadeiros”. Segundo Adriana, eles se endividaram para arcar com obras ainda em curso, como as do Plano de Prevenção Contra Incêndios (PPCI).

Recentemente, a Associação havia se disponibilizado para reformar a parte elétrica do segundo andar, destruída pelo incêndio de 2013. Legalmente, a entidade, por não ter fins lucrativos, não pode participar da licitação, a menos que abra ou se associe a alguma empresa privada.

“É uma história que está em jogo e pode modificar da noite por dia”, comentou Adriana, que esteve na cerimônia de lançamento da consulta pública juntamente de um grupo de permissionários do complexo. Segundo ela, não há como emitir uma opinião final sobre a concessão sem acesso ao edital completo. A Associação deve se reunir, nesta quinta, com a Prefeitura, e planeja tomar conhecimento mais detalhado sobre o processo.

Outra crítica de muitos permissionários é com relação ao fato de o Mercado ser superavitário, o que, para eles, descarta a necessidade de concessão. O secretário de Parcerias Estratégicas, Thiago Ribeiro, disse que não adianta o local ter lucro e a Prefeitura não conseguir aproveitar desse recurso devido a amarras burocráticas, que persistem. O titular da Pasta ainda citou que, com a concessão, o lucro tende a ser mais expressivo