Witzel: morte de Agatha não muda política de segurança

Menina é a quinta criança vitimada pela Polícia do Rio em 2019

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Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), concedeu uma entrevista coletiva, na tarde desta segunda-feira, na qual falou sobre a morte da menina Agatha Félix. A criança tinha oito anos e foi baleada dentro de uma Kombi no Complexo do Alemão, ainda na noite de sexta. Ele afirmou ter determinado “vigor na investigação”. Mas, disse não haver motivos para “um fato isolado como esse modificar a política de segurança”, considerando que o Estado reduziu os índices de homicídios em 2019.

Apesar de não considerar mudanças na atuação das forças de segurança, o governador abriu a coletiva em tom emocionando, lembrando que também é pai. “Tenho uma filha de nove anos. Não posso dizer que sei o tamanho da dor que os pais da Agatha estão sentindo. Mas, sei que jamais queria passar por um momento como esse.”

Sobre o Complexo do Alemão, o governador disse que é uma região “conflituosa”. “É uma região que não quer ser incomodada, mas eles agem sem qualquer sentimento pela vida alheia. Provocam a polícia com arma de fogo, provocam as operações”.

Assim como o governador, os secretários Marcus Vinícius Braga, da Polícia Civil, e Rogério Figueredo, da Polícia Militar, também lamentaram a morte da menina e defenderam a política estadual de segurança.

Ontem, a seccional fluminense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) divulgou um levantamento contabilizando que 1249 pessoas, incluindo quatro crianças, foram mortas pela Polícia, no Rio de Janeiro, até o fim de agosto, só em 2019. Agatha é a quinta vítima infantil.

Investigação

A Polícia Civil realizou nesta segunda-feira uma perícia na kombi onde Ágata foi baleada na última sexta. Segundo testemunhas, não houve confronto entre criminosos e policiais no momento do disparo.

Os três policiais militares envolvidos na ação que causou a morte de Ágata vão prestar depoimentos ainda nesta segunda na DH-Capital (Delegacia de Homicídios), na Barra da Tijuca, na zona oeste.

As armas serão entregues aos investigadores para que seja feita uma comparação com o projetil retirado no hospital.

A Polícia Civil informou, em nota, que ainda define uma data para a reconstituição do crime.