Primavera prevê chuvas irregulares, a partir desta segunda-feira

Estação não sofre influência de fenômenos vindos do Oceano Pacífico, que se encontra em estado de neutralidade

primavera
Foto: Alina Souza/CP

A entrada da primavera, a partir desta segunda-feira, marca a transição para o verão depois de um inverno que começou excepcionalmente quente, em junho, e teve fortes ondas de frio, em julho e agosto. De acordo com a MetSul Meteorologia, a estação transcorre, em 2019, com o Oceano Pacífico em estado de neutralidade. Ou seja, sem os fenômenos El Niño e La Niña. O Pacífico Centro-Leste mais frio do que a média, porém, pode surtir efeitos no clima regional.

A primavera deve ter chuva irregular. Espera-se grande variabilidade de região para região na distribuição da chuva. Algumas áreas devem apresentar precipitação acima da média nos próximos três meses e outras registrando volumes abaixo do esperado. Episódios regionalizados de chuva volumosa e intensa podem gerar acumulados de precipitação muito altos em um período curto de tempo. À medida que o verão chegar mais perto, entre novembro e dezembro, pode ocorre precipitação mais irregular. Algumas cidades ficar se ressentindo de falta de chuva volumosa.

Risco de granizo

A MetSul salienta que a primavera é um período com maior frequência de tempestades, não raro severas e com intensos vendavais e granizo. Há precedentes de tornados durante a estação. Em 2019, com o Pacífico Leste mais frio do que o normal, a MetSul projeta que a frequência de tempestades possa ser menos alta do que quanto sob o El Niño. Quando as chuvas ocorrerem, porém, é possível que sejam ainda mais intensas em função do maior contraste térmico entre massas de ar frio e quente.

O risco de granizo é especialmente mais elevado com o Oceano Pacífico Leste mais frio. Logo, temporais com granizo podem ser mais freqüentes e intensos, o que já se viu na última semana do inverno.

Como a estação é de transição para o verão, cresce na primavera a frequência de dias de calor. A tendência é de temperatura ao redor ou pouco acima da média. Entre novembro e dezembro, podem ocorrer períodos de calor mais intenso. Apesar disso, a Metsul enfatiza que o Pacífico Centro-Leste mais frio tende a favorecer uma maior probabilidade de que se registrem incursões pontuais de ar frio, porém de curta duração, com um risco agravado de geada tardia, sobretudo em localidades do Sul gaúcho e de maior altitude da Metade Norte.

Frio pontual

Um fenômeno muito raro no Polo Sul, documentado pela ciência no Hemisfério Sul somente no ano de 2002, pode igualmente colaborar para que se registrem eventos de chuva acima da média e de frio tardio na primavera. É o chamado Súbito Aquecimento Estratosférico, caracterizado pela elevação da temperatura na estratosfera no polo pelo ingresso de ar vindo da parte mais baixa da atmosfera, a troposfera.

Esse processo provoca o colapso do vórtice polar e altera as correntes de jato (vento) no hemisfério, favorecendo uma maior incursão de ar frio em eventos pontuais até as latitudes médias, como é o caso do Rio Grande do Sul. O típico contraste térmico entre ar frio na costa e ar quente no continente acentua o vento da tarde para a noite do quadrante Leste no decorrer da primavera, sobretudo em outubro e novembro.