O vice-prefeito de Porto Alegre, Gustavo Paim (PP), reconheceu nesta segunda-feira que o apoio que vem recebendo do partido e das principais lideranças progressistas no RS fortalece a união em torno das futuras candidaturas para as eleições do ano que vem. “Motiva e fortalece o partido. Pode ser o caminho de uma união maior, de uma disposição maior em torno dos nossos projetos. Nas eleições municipais, a Capital é muito importante”, apontou, em entrevista, no intervalo de um ciclo de palestras promovido pela sigla.
Ao chegar ao auditório, Paim foi ovacionado. Para os progressistas é o sinal de reconhecimento à postura considerada altiva do vice-prefeito diante do desentendimento entre o prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB) e o PP em Porto Alegre, que levou a bancada na Câmara de Vereadores a afastar-se da base do governo municipal.
Paim é um dos três pré-candidatos do PP à Prefeitura, dividindo a preferência dos correligionários com os vereadores Ricardo Gomes (PP) e Mônica Leal (PP), atual presidente do Legislativo na Capital. O lançamento do nome dele, ocorrido durante a convenção municipal da sigla, há alguns meses, é considerado um dos fatores responsáveis pelo estremecimento das relações entre Marchezan e o PP.
Evitando destacar a situação que pode colocar prefeito e vice como adversários eleitorais, Paim pontuou que, no entendimento dele, as eleições de 2020 “ainda estão longe” de acontecer e disse que vai manter uma relação respeitosa com Marchezan. “Diálogo e respeito têm que haver sempre. Há uma ruptura com o partido, mas existem responsabilidades que devemos observar, sobretudo com a cidade e com os porto-alegrenses”, definiu.
Desde que teve início a exposição pública dos conflitos entre o prefeito e integrantes do PP, Gustavo Paim passou a ser exigido como uma espécie de mediador da relação e da participação dos progressistas na Administração, pois, apesar do afastamento, progressistas permanecem ocupando funções na Prefeitura, sob a compreensão de que o partido também venceu as eleições.
Em um dos episódios relacionados com a desavença, Paim emitiu um comunicado público para cobrar do prefeito “uma atitude republicana” e expressar solidariedade aos colegas de partido exonerados em decorrência dos atritos.