Pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) divulgada nesta quinta-feira aponta que 9,7 milhões de brasileiros (38%) devem usar o saque do FGTS para quitar todas ou pelo menos parte das dívidas pendentes. A maior parte dos endividados vai pagar o cartão de crédito (42%), contas atrasadas de telefone (20%), contas de luz (18%), água (16%), empréstimos bancários (16%) e empréstimos com parentes ou amigos (16%).
Os saques começam a ser liberados nesta sexta-feira. Os trabalhadores nascidos entre janeiro e abril com conta poupança na Caixa Econômica Federal aberta até 24 de julho deste ano vão ser os primeiros a receber o dinheiro.
Um terço dos brasileiros deve guardar ou investir o dinheiro, enquanto 24% vão usar o dinheiro para cobrir despesas básicas do dia a dia. Além disso, 17% vão realizar compras em supermercados, 13% pretendem realizar compras de produtos e serviços e 10% antecipar pagamento de compras que não estão em atraso como, prestações de casa, carro, crediário e cartão de crédito.
Nem todos vão sacar
Cada contribuinte tem direito ao saque de até R$ 500 por conta, ativa ou inativa. Segundo a pesquisa, 45% dos beneficiários pretendem realizar o saque. Outros 43% não têm interesse de fazê-lo neste momento, enquanto 12% ainda não decidiram. Entre quem decidiu não sacar o dinheiro, 60% preferem deixar o dinheiro guardado no caso de demissão e 30% consideram o limite de R$ 500 muito baixo para o saque valer a pena.
Há ainda 19% de entrevistados que preferem deixar o dinheiro à espera da aposentadoria e 6% que querem evitar a burocracia e as longas filas nas agências bancárias para realizar a retirada.
Metodologia da pesquisa
A pesquisa foi feita com 800 consumidores de ambos os sexos, todas as classes sociais e acima de 18 anos em 12 capitais, como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Recife, Salvador, Fortaleza, Brasília, Goiânia, Manaus e Belém, que juntas somam aproximadamente 80% da população brasileira. A margem de erro é de no máximo 3,4 pontos percentuais para um intervalo de confiança de 95%.