Alcolumbre é contra novo imposto sobre movimentação financeira

Presidente da Câmara, Rodrigo Maia, também disse acreditar que a proposta não avance na Casa

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), disse hoje que é contrário à criação de um imposto no formato da antiga Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira (CPMF). “Naturalmente, eu escuto alguns setores do governo se manifestarem em relação à criação desse novo imposto e minha posição é de que não é possível. Os brasileiros não aguentam mais pagar imposto”.

Alcolumbre lembrou que durante a atuação dele, como deputado federal, votou pelo fim do imposto, extinto em 2007. “Eu sou contrário, pessoalmente, à criação de mais um imposto na vida das pessoas. Quando ela [CPMF] existia, eu votei para acabar com ela. Então, na minha biografia política eu sempre trabalhei contrário à elevação de tributos na vida das pessoas”.

Integrantes da equipe econômica do governo podem propor a criação de um novo imposto sobre transações financeiras, como saques, depósitos e operações de crédito e débito. Ontem, o presidente da República em exercício, Hamilton Mourão, afirmou que a decisão cabe ao presidente Jair Bolsonaro. “É uma ideia que o governo tem, eu conversei com o professor Marcos Cintra [secretário especial da Receita Federal], mas não foi apresentado ao presidente ainda, e quem decide é o presidente”.

Na tarde desta quarta-feira, o Minitério da Economia informou que o secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, pediu para ser exonerado do cargo. No lugar dele assume, interinamente, o auditor fiscal José de Assis Ferraz Neto.

Câmara 

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse, nesta quarta, não acreditar que a pauta avance na Casa. “Pela reação que eu vi hoje de muitos deputados, me parece que é um tema com obstáculo muito grande. […] eu não acho que superar a rejeição à CPMF seja uma coisa simples no Brasil de hoje. Acho muito difícil que a gente consiga avançar”, disse hoje, no início da tarde, ao sair de casa.

Ministério da Economia
Na nota em que oficializa a exoneração de Cintra, o ministério da Economia esclarece que não há um projeto de reforma tributária finalizado: “A equipe econômica trabalha na formulação de um novo regime tributário para corrigir distorções, simplificar normas, reduzir custos, aliviar a carga tributária sobre as famílias e desonerar a folha de pagamento”.

O ministério disse ainda que a proposta do governo vai ser “divulgada depois do aval do ministro [da Economia] Paulo Guedes e do presidente da República, Jair Bolsonaro”.