A produtora de queijo artesanal Christiane Brandão foi a primeira a receber Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Senar para a Agroindústria da região do Serro, em Minas Gerais. A ação totalmente gratuita tem o objetivo de agregar valor aos produtos de pequenos e médios estabelecimentos rurais.
Durante dois anos, Christiane receberá a visita de um técnico especialista do Senar Minas para acompanhar, mensalmente, a gestão do negócio e obter orientações sobre boas práticas de fabricação, regulamentação e comercialização com foco na melhoria da qualidade de vida e evolução econômica.
“Esse acompanhamento técnico vai ser de suma importância para eu melhorar os processos e ter acesso a novas tecnologias. É um privilégio receber a assistência técnica e gerencial do Senar, pois acredito que toda propriedade rural precisa desse acompanhamento”, destacou.
Christiane faz parte da quinta geração da sua família que produz queijo. Ela cresceu no meio rural em Santo Antônio do Itambé, na região do Serro, e tinha o sonho de estudar Medicina Veterinária, mas acabou cursando Sistemas de Informação em Belo Horizonte.
“Após o falecimento de meu pai, abandonei a vida na capital para assumir os negócios da família. De lá pra cá já são quase sete anos na produção de queijo. Em 2016, decidi me dedicar exclusivamente ao queijo maturado por possuir mais valor agregado”, revela.
Em março deste ano, o queijo Maria Nunes, produzido por Christiane, conquistou a medalha de prata no Concurso Mundial do Queijo de Tours na França, concorrendo com mais de 900 queijos de 20 países.
O produto também foi premiado no Mundial de Queijo do Brasil em Araxá com duas medalhas de prata.
O Queijo Maria Nunes é produzido com leite cru de vacas da raça Girolando. “A maturação é feita em prateleiras de madeira de plantas de Vinhático e Braúna em temperatura ambiente e umidade acima de 85%. O queijo é vendido a partir do décimo dia de maturação”, explica Christiane.
A região do Queijo do Serro é a mais antiga região produtora de queijo em Minas Gerais. Em 2011, o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) certificou a região com a Indicação de Procedência (IP).
Christiane participa ativamente das ações da Associação dos Produtores Artesanais do Queijo do Serro e do Sindicato dos Produtores e trabalhadores (em geral é só sindicato dos produtores rurais. O dos trabalhadores rurais é outro. É bom verificar.) Rurais do Serro. “Meu sonho é contribuir para o crescimento sustentável de outros produtores de queijo da região”, declara.
O projeto piloto da Assistência Técnica e Gerencial do Senar para Agroindústria Artesanais teve início em Minas Gerais para estabelecimentos rurais de embutidos e queijos. A metodologia desenvolvida pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural pode ser aplicada para qualquer produto.
Fonte: SistemaCNA