O presidente Jair Bolsonaro passa por cirurgia neste domingo para correção de uma hérnia (saliência de tecido) incisional que surgiu no local em que foi atingido por uma facada. É a quarta intervenção desde o ataque sofrido durante a campanha eleitoral em 2018, em Juiz de Fora, que completou um ano na última sexta-feira.
O procedimento teve início por volta das 8h25min e é realizado pelo cirurgião Antonio Luiz Macedo, no Hospital Vila Nova Star, na zona sul de São Paulo, onde o mandatário deu entrada na noite de sábado: a comitiva presidencial, da qual fazem parte a primeira-dama Michelle e o filho Carlos Bolsonaro.
Após o procedimento, deve haver um pronunciamento oficial do governo. A hérnia incisional é um tipo de acúmulo de tecido que está relacionada a procedimentos cirúrgicos, que deixam a parede abdominal mais frágil e geralmente afeta pessoas mais velhas que tendem a ter passado por mais cirurgias. No caso do presidente, está localizada na parede abdominal, perto da cicatriz da facada, do lado direito, onde foram realizadas as outras intervenções.
“A hérnia incisional é um defeito na parede abdominal, e por definição é aquela que aparece posteriormente a uma cirurgia prévia. Significa que naquela região do corte houve um enfraquecimento, levou ao buraco, e ao problema. A grande maioria das hérnias incesionais apresentam risco de obstrução intestinal”, esclarece o Dr. José Francisco de Mattos Farah, diretor do serviço de cirurgia geral do Hospital do Servidor Público Estadual.
Considerada de médio porte, a cirurgia é realizada sob anestesia geral e por meio de um corte na região afetada. A hérnia é reduzida, empurrada para dentro do abdômen e o orifício é fechado com uma tela, feita de material resistente e próprio para essa correção. O pós-operatório deve levar cerca de uma semana. “Não é uma cirurgia simplesinha. A intervenção varia muito, mas pela incisão que ele já mostrou em fotografias, há um corte de uns 20 cm, portanto a correção deve tomar o tamanho da incisão”, diz o dr. Farah.
Há várias técnicas para o fechamento da área. Uma das mais utilizadas é uma prótese que se assemelha a uma tela, uma espécie de tule de polipropileno, usada para reforçar a costura da aponeneurose, a membrana esbranquiçada que reveste o músculo. Essa tela tem macroporos, é flexível e pode ter uma gramatura alta, média ou baixa. O uso da tela diminuiu a chance de a hérnia voltar.