A população do Rio Grande do Sul apresentou, em 2018, a menor taxa de crescimento vegetativo. Depois de dois anos de estabilidade, o número de nascimentos voltou a cair. Com isso, a diferença em relação ao total de mortes resultou em mais 51,5 mil habitantes, o que significa um aumento de apenas 0,46% na comparação com o ano anterior. Pelas estimativas, o número de habitantes em 2019 deve subir para 11.377.239, com uma taxa de crescimento ainda menor, de 0,42%.
É o menor patamar da série histórica iniciada em 2010, o que reforça uma tendência gradativa de redução da faixa etária entre 15 e 59 anos, que forma o grupo de pessoas em idade economicamente ativa.
Os principais aspectos da evolução populacional do Rio Grande do Sul foram detalhados, nesta quarta-feira, pela Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag). Os dados permitem conhecer o perfil das 497 cidades por faixa etária, sexo e percentual de pessoas potencialmente ativas para atuar no mercado de trabalho.
Mais gente ativa
A região do Vale dos Sinos concentra a metade dos 10 municípios (com população acima de 20 mil habitantes) com o maior percentual de moradores em idade potencialmente ativa. Dois Irmãos lidera o ranking, com 69,55% dos habitantes nessa faixa etária. Na sequência, aparecem Charqueadas (68,34%), Nova Hartz (67,79%), Ivoti (67,78%) e Parobé (67,74%). A média é de cerca de 63%.
Duas cidades do litoral Norte (Imbé, com 59,23% e Tramandaí, com 60,07%) perfazem os menores índices em termos de população hipoteticamente apta a produzir. Em compensação, o litoral abrange também as duas cidades com maior presença de jovens (até 14 anos de idade) na lista de municípios que reúnem mais de 20 mil habitantes: Capão da Canoa (24,05%) e Tramandaí (23,13%).
O litoral também chama a atenção por registrar o maior crescimento populacional entre 2010 e 2018: 15,49%, seguido do Vale do Taquari (10,61%) e do Vale do Caí (10,33%). Em compensação, a Fronteira Oeste teve a maior perda populacional no período (-5,19%).
Predominância feminina
As mulheres perfazem maioria entre a população total do Rio Grande do Sul: para cada grupo de 100 pessoas do sexo feminino, existem 94,8 homens. Nascem mais meninos, mas as mulheres assumem a liderança a partir da faixa dos 30 anos, situação que fica mais evidente com o avanço da idade.
Entre a população com mais de 80 anos, a relação para cada 100 mulheres despenca a 53,5 representantes do sexo masculino. “É uma decorrência da expectativa de vida entre as mulheres, mas também por conta da maior incidência de óbitos de homens pela violência e trânsito”, apontou o estatístico Pedro Zuanazzi.
As mulheres equivalem a 51,33% da população gaúcha (5.815.522 habitantes). Das cidades com mais de 20 mil habitantes com média superior, Porto Alegre leva o título da mais feminina. Dos moradores da Capital, 53,76% são mulheres. Na sequência, aparecem Pelotas (52,97%) e Cruz Alta (52,77%).
Entre aqueles com mais de 20 mil moradores, os municípios com maior concentração masculina são Charqueadas (59,26%), São Francisco de Paula (51,22%) e São José do Norte (50,97%).
Presente à divulgação, o secretário-adjunto de Planejamento e Orçamento da Seplag, Gilberto Pompílio Filho, ressaltou a importância das informações para embasar ações de governo. “Toda política pública é focada nas pessoas, mas para isso precisamos conhecer as pessoas”, destacou ele, ao lembrar que os estudos sobre a evolução populacional do RS servem também para orientar acadêmicos e empreendedores.