Merkel liga para Bolsonaro para tratar de doações à Amazônia

Presidente disse que postura em relação ao dirigente francês, Emmanuel Macron, é de "caráter pessoal"

Foto: Clauber Cleber Caetano/PR

O presidente Jair Bolsonaro recebeu, na tarde de hoje, um telefonema da chanceler alemã, Angela Merkel, para tratar da doação de recursos internacionais para o combate às queimadas e preservação das florestas da Amazônia. No Twitter, o presidente disse que considerou a conversa produtiva e que a chanceler reafirmou a soberania brasileira na região. Bolsonaro disse ainda que, a pedido do governo alemão, o Serviço Europeu de Ação Externa (SEAE) está mobilizado para avaliar a situação das queimadas na América do Sul.

O presidente acrescentou que, de acordo com o SEAE, a área com queimadas no Brasil teve um decréscimo entre janeiro e agosto de 2019, levando-se em conta o mesmo período de 2018.

Em nota, a Secretaria Especial de Comunicação (Secom) disse que os dois líderes tiveram uma conversa “franca e cordial” e que o presidente agradeceu “o esforço dos países em colaborar com Brasil.”

No telefonema, Bolsonaro atualizou Merkel sobre os esforços despendidos pelo governo para acabar com as queimadas na floresta até o momento. O presidente também reafirmou a posição brasileira de não cogitar qualquer discussão quanto à soberania da Amazônia e também sobre a utilização de “eventuais recursos e apoios que possam ser concedidos ao Brasil”.

De acordo com a nota, Bolsonaro disse ainda que a postura em relação ao presidente da França, Emmanuel Macron, é de “caráter pessoal em face dos ataques perpetrados por aquele Chefe de Estado contra a sua pessoa e contra o nosso País”.

Ajuda
Na segunda-feira, os integrantes do G7, grupo formado pelas nações mais industrializadas do mundo, incluindo Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, concordaram em liberar US$ 20 milhões (cerca de R$ 83 milhões) para ajudar a conter as queimadas, sendo a maior parte do dinheiro para o envio de aeronaves.

O Brasil, entretanto, ainda não confirmou se vai aceitar a ajuda. Isso porque, ao anunciar a liberação da verba, o presidente da França, Emmanuel Macron, declarou que os incêndios na Amazônia são uma emergência global e que pode não ratificar o acordo de livre-comércio entre Mercosul e União Europeia enquanto a situação persistir. Ele acusou Bolsonaro de mentir sobre o real comprometimento com a preservação ambiental. Também levantou a possibilidade de construir um novo direito internacional para o meio ambiente e estabelecer um status internacional para a Amazônia.