Polícia Federal vai investigar denúncia de incêndio criminoso na Amazônia

Anúncio foi feito pelo ministro da Justiça, Sérgio Moro, neste domingo

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/CP

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, solicitou à Polícia Federal uma apuração rigorosa sobre o chamado “dia do fogo”. Agricultores e grileiros de terra são suspeitos de organizar, via WhatsApp, em 10 de agosto, uma queimada às margens da BR-163, no Pará, em uma suposta manifestação em apoio à política ambiental do governo federal. Segundo Moro, o presidente Jair Bolsonaro determinou a investigação. Em mensagem no Twitter, o titular da pasta da Justiça afirmou que “incêndios criminosos na Amazônia serão severamente punidos”.

De acordo com matéria da revista Globo Rural, mais de 70 pessoas, entre sindicalistas, produtores rurais, comerciantes e grileiros combinaram incendiar as margens da BR, que liga essa região do Pará aos portos fluviais do Rio Tapajós e ao estado de Mato Grosso.

A reportagem também foi compartilhada pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, em que ele reforça a determinação do presidente Bolsonaro para uma “investigação rigorosa” e punição dos responsáveis.

De acordo com a assessoria do Ministério da Justiça e Segurança Pública, a apuração da PF deve se concentrar sobre o caso denunciado na matéria da revista.

MPF no Pará apura denúncia

Na última quinta-feira, o Ministério Público Federal (MPF) no Pará informou estar investigando o aumento de queimadas na mesma região, incluindo uma denúncia semelhante de incêndios com motivação criminosa.

De acordo com o MPF, o procurador da República Paulo de Tarso Moreira Oliveira apura a convocação, divulgada em jornal de Novo Progresso, supostamente por fazendeiros, para chamado “dia do fogo”, também em 10 de agosto.

Satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) detectaram aumento significativo de queimadas nesse dia, com o registro de 124 focos de incêndio, aumento de 300% em relação ao dia anterior. No dia seguinte, foram registrados 203 focos. Em Altamira, os satélites detectaram 194 focos de queimada em 10 de agosto e 237 no dia seguinte, um aumento de 743%.