Ameaça europeia é ‘desculpa’ para que acordo Mercosul-UE não avance, sustenta Maia

Para o presidente da Câmara, Brasil não oferece motivos "ainda" para que seja dito que o governo brasileiro avançou em uma política de desmatar, em vez de proteger

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

Após França e Irlanda sinalizarem que querem voltar atrás no acordo comercial entre União Europeia e Mercosul, em razão da crise envolvendo a Amazônia, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que a ameaça é uma “desculpa” para que o acordo não avance, em função de supostos interesses econômicos desses países.

Maia falou após evento com advogados em São Paulo. “Tudo bem, é direito deles, mas o Brasil não tomou nenhuma atitude concreta, de leis, de ação do governo, para, meses depois (do anúncio do acordo), eles não quererem cumprir o acordo”, acrescentou, em declarações publicadas pelo jornal O Estado de S.Paulo.

Em seguida, o deputado disse que há um “certo exagero” e “algum excesso” em fazer essa ameaça e insistiu na tese de que há interesses econômicos por trás do movimento da França e da Irlanda, apesar de reconhecer que a crítica é válida. “Depois de tantos meses e anos de diálogo para chegar ao acordo, anunciar rapidamente que não vai cumprir é porque existe algum interesse econômico por trás que não estamos vendo”, disse.

Na avaliação de Maia, se os países da Europa estiverem mesmo preocupados com a Amazônia, devem entender que o acordo com o Mercosul vai ajudar, em função do diálogo constante, da troca de informações, de recursos e de tecnologia.

Ainda conforme o Estadão, Maia salientou que o Brasil não oferece motivos “ainda” para que seja dito que o governo brasileiro avançou em uma política de desmatar, em vez de proteger. O presidente da Câmara garantiu que, da parte do Parlamento, nenhuma lei vai ser aprovada que sinalize contra a preservação da floresta amazônica.