Escola tem aulas suspensas até a próxima semana após ataque em Charqueadas

Instituto Estadual de Educação Assis Chateaubriand foi palco de um ataque realizado por um adolescente de 17 anos

Foto: Alina Souza / CP

Um dia depois do ataque a machadinha, realizado por um adolescente de 17 anos, o Instituto Estadual de Educação Assis Chateaubriand, em Charqueadas, amanheceu nesta quinta-feira com as aulas suspensas, medida determinada até a próxima semana. Uma reunião na instituição é realizada e participam do encontro professores, diretores desta e de outras escolas, além de autoridades e psicólogos.

A escola também recebeu maior patrulhamento e teve a presença de policiais militares durante esta manhã. Ainda nessa quarta-feira, o jovem que confessou ter cometido ataque teve determinada a sua internação pela Justiça da cidade. Ele é um ex-aluno e, quando foi ouvido pela Polícia Civil e pela Promotoria de Justiça, disse que sofria bullying.

Na tarde de ontem, por volta das 13h10min, o adolescente invadiu a escola no bairro Vila Aços Finos Piratini e atacou alunos. Dois meninos de 14 anos, duas meninas de 12, uma de 13 e uma de 14 foram encaminhados para o Hospital de Charqueadas. Eles sofreram cortes superficiais e elas escoriações adquiridas no momento em que tentavam fugir. Todos já receberam alta.

De acordo com o chefe do Corpo de Bombeiros Voluntários da cidade, Maurico Naatz, o agressor portava um galão de gasolina e tentou atear fogo em um ambiente. “Espalhou por uma das salas e deu golpes num painel elétrico para ver se conseguia causar um incêndio, mas não conseguiu”, comentou.

Professor vê adolescente assustado durante ataque

O professor de Educação Física Juliano Mantovani, que conseguiu desarmar o adolescente, comentou o que observou no momento do ataque. “Ele não passava aquele sentimento de fúria, parecia estar muito assustado. Tanto que quando eu consegui tirar a machadinha ele não esboçou nenhuma agressão contra mim, se assustou e decidiu correr”, explica o profissional, que relata que foi “cego para cima dele”. “Sou pai de duas crianças e tenho certeza que qualquer pai teria feito a mesma coisa”, disse, celebrando que não houve feridos graves.

Quando partiu em direção do jovem, Mantovani, que trabalha há 16 anos no local, conseguiu pegar a machadinha e uma garrafa que ele tinha na outra mão. Na ação, se desequilibrou e caiu, enquanto o agressor correu em fuga. “Saí atrás, mas não consegui alcançar porque ele correu muito mais do que eu. Quando ele chegou no portão, os outros alunos vieram gritando que os colegas estavam sangrando muito”, relatou, explicando que foi ajudá-los.