A Justiça aceitou a representação do Ministério Público e mandou internar o adolescente, de 17 anos, que admitiu ter atacado com um machadinho, um isqueiro e um galão de gasolina, estudantes da escola municipal Assis Chateaubriand, em Charqueadas, no início da tarde desta quarta-feira. O procedimento corre sob sigilo, em respeito às determinações do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Por essa razão, o local de internação – um dos Centros da Fundação de Atendimento Sócio-Educativo do Rio Grande do Sul (Fase) – não é informado pelas autoridades.
A promotora Daniela Fistarol acionou o Juizado da Infância e Juventude de Charqueadas requerendo a internação provisória do menor, que é ex-aluno da instituição. Ele contou à Polícia que sofria bullying no local e que se inspirou no massacre que deixou sete mortos, em março, na escola estadual Raul Brasil, em Suzano (SP).
Apreendido pela Brigada Militar três horas depois da invasão, ele prestou depoimento acompanhado de familiares. Após o ataque, o jovem contou que seguiu para a casa do pai, que é separado da mãe, trocou de roupa e confessou o crime. O homem, então, ligou para a Brigada Militar e entregou o filho.
O ataque
Perto das 13h10min, o adolescente invadiu a escola, que fica no bairro Vila Aços Finos Piratini, e atacou estudantes. Quatro meninos sofreram ferimentos e duas desmaiaram.
De acordo com o chefe do Corpo de Bombeiros Voluntários da cidade, Maurico Naatz, o agressor tinha um galão de gasolina nas mãos e tentou atear fogo em um ambiente. “Espalhou por uma das salas e deu golpes em um painel elétrico para ver se conseguia causar um incêndio, mas não conseguiu”, comentou.
Um professor de educação física desarmou o agressor, que fugiu pelo portão principal. Na escola, foram encontradas garrafas de vidro vazias, possivelmente usadas para fabricar coqueteis molotov, além de um isqueiro.
