Janaina Paschoal considera “boa opção” manter Raquel Dodge à frente da PGR

Bolsonaro vive impasse sobre indicação para a chefia do MPF

Foto: EBC

Em meio ao processo de escolha do chefe do Ministério Público Federal (MPF) para os próximos dois anos, a deputada estadual Janaina Paschoal (PSL-SP) saiu em defesa, nesta quarta-feira, da atual procuradora-geral da República, Raquel Dodge. Ao considerar a procuradora “discreta” e “ponderada”, Janaina considerou que a manutenção dela no cargo pode ser “uma boa opção”.

“Particularmente, sendo bem sincera, eu acho a doutora Raquel uma excelente procuradora-geral. Eu sei que, com isso, eu desagrado todo mundo, mas ela me parece uma senhora discreta, detida ao seu papel. Ela dá pareceres juridicamente bem fundamentados. Eu acho que seria uma boa opção manter ela no cargo”, declarou.

Em entrevista para o Esfera Pública, da Rádio Guaíba, Janaina Paschoal assegurou que o MPF conta com ótimos quadros, mas que Raquel Dodge detêm virtudes para o cargo. Além disso, a advogada, uma das autoras do pedido de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseffl, reforçou a admiração pelo trabalho realizado pela procuradora-geral. “A doutora Raquel Dodge me parece uma pessoa ponderada. Ela respeita as minorias, sem esmagar os indivíduos. Ela é ponderada, não é radical – nem para um lado, nem para o outro”, reforçou.

Sobre a sucessão na PGR, o presidente Jair Bolsonaro já indicou que espera nomear um procurador-geral que, nas palavras dele, não seja “xiita ambiental” nem supervalorize as minorias, como os indígenas, por exemplo. Em Porto Alegre, na semana passada, Raquel Dodge mostrou-se mais distante deste perfil desenhado por Bolsonaro ao sustentar que o MPF é plural, democrático e que os membros do órgão devem ter coragem e independência.

“O presidente não é contra a pluralidade, ele é contra os exageros porque infelizmente, alguns quadros são radicais”, considerou hoje Janaina.

Com cenário ainda incerto, Bolsonaro pode deixar a PGR sob o comando de um interino. A indicação pode ficar para depois do mandato de Raquel Dodge, que se encerra em 17 de setembro. O presidente não é obrigado a indicar um nome da lista tríplice escolhida pelos procuradores, mas o escolhido deve passar pelo crivo do Senado.