“Grande sacanagem o que fizeram com Lula”, critica Okamotto após 500 dias de prisão do ex-presidente

Presidente do Instituto Lula espera que STF solte o petista quando julgar suspeição de Moro

Presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto. Foto: Divulgação

Em meio aos preparativos do ato que vai marcar, nesta terça, os 500 dias de prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, reiterou, na tarde de hoje, a tese de que é ilegal o processo que mantém o petista na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba. “Amanhã fazem [sic] 500 dias que o companheiro Lula está preso de forma injusta. Foi uma grande armação, uma grande sacanagem o que fizeram com Lula”, criticou Okamotto.

Hoje, durante entrevista ao Esfera Pública, da Rádio Guaíba, Paulo Okamotto considerou que, após a série de reportagens, capitaneada pelo site The Intercept Brasil, que colocou em xeque a atuação de membros do judiciário, a expectativa é de que o ex-presidente seja absolvido. Okamotto disse esperar que isso aconteça quando o Supremo Tribunal Federal (STF) julgar a ação que pede que seja declarada a suspeição do então juiz federal Sergio Moro no caso do triplex no Guarujá (SP).

“Estou muito mais otimista com o julgamento no STF sobre a imparcialidade do processo, pois houve parcialidade, tanto dos membros do MPF, quanto do juiz. Houve um conluio. Foi uma lambança total e absurda”, considerou o presidente do Instituto, sobre o julgamento em primeira instância.

Sobre a progressão de regime, Okamotto afirmou que Lula pretende ficar em regime fechado e provar inocência. A partir de 23 de setembro, o ex-presidente já pode pedir mudança para o semiaberto. A defesa analisa o caso.

Ainda segundo Paulo Okamotto, a prisão de Lula englobou um “grande projeto político” iniciado no impeachment de Dilma Rousseff, em 2016, que buscou tirar o PT do governo. “O que a gente percebe é que foi uma grande armação para que Lula fosse impedido de combater o desmonte do nosso Brasil. A luta ‘Lula Livre’, é uma luta muito mais profunda”, declarou.

Para esta terça, foram programados atos de Norte a Sul do país contra a prisão de Lula. Em Curitiba, Okamoto adiantou que a vigília vai ser promovida com apoio da Frente Brasil Popular do Paraná, que convocou organizações sociais em apoio ao ex-presidente.

Lula preso desde 7 de abril de 2018
Lula está preso desde 7 de abril do ano passado na carceragem da Superintendência da PF em Curitiba. A ordem de prisão partiu do então juiz Sergio Moro, que abriu mão da carreira na magistratura para assumir o cargo de ministro da Justiça e da Segurança Pública no atual governo.

Em julho de 2017, o ex-presidente teve a pena aumentada para 12 anos e 1 mês de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no caso do triplex, em uma decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4). Três meses depois da condenação, o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) reduziu o tempo de condenação do petista para 8 anos, 10 meses e 20 dias de prisão.