Cármen arquiva pedido do PT contra Moro no caso dos hackers

Sergio Moro é acusado de abuso de autoridade, violação de sigilo funcional e supressão de documento

Foto: Nelson Jr. / SCO / STF / Agência Brasil

A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia decidiu acolher o pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e determinou o arquivamento do pedido de abertura de uma investigação criminal contra o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, por conta da atuação dele na Operação Spoofing, que apura a invasão de celulares e obtenção de dados de autoridades por meio do aplicativo Telegram. As informações foram antecipadas pelo jornal O Estado de S.Paulo.

O pedido de abertura de investigação havia sido protocolado pela presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), pelo deputado Paulo Pimenta (PT-RS) e pelo senador Humberto Costa (PT-PE). Moro era acusado da prática dos crimes de abuso de autoridade, violação de sigilo funcional e supressão de documento.

Os petistas alegaram que Moro usou dados obtidos de uma investigação sigilosa para “benefício próprio e até mesmo sugerir a destruição de provas”, demonstrando ingerência do ministro nas investigações da Polícia Federal. Também contestaram a conduta de Moro de telefonar para diversas autoridades para informá-las de que elas foram alvos de interceptações ilegais e sinalizar que a ideia era destruir o material obtido.

“Anote-se que, nos termos do art. 18 do Código de Processo Penal, o arquivamento deferido com fundamento na ausência de provas suficientes não impede novo pedido de investigação, se futuramente surgirem novos indícios”, observou Cármen, na decisão.